Ser muito otimista pode minar seus esforços para perder peso. Uma pesquisa publicada no BioMed Central revelou o quanto características psicológicas influenciam na luta contra a balança.
O trabalho foi feito com mais de cem pacientes obesos que foram acompanhados durante seis meses combinando ações profissionais de nutrição, educação física e aconselhamento psicológico. Antes e depois do início do tratamento contra a obesidade, os pesquisadores aplicaram questionários específicos para delinear os tipos de personalidade dos pacientes.
Pacientes que eram mais preocupados com o problema – mais estressados – eram também mais sensíveis aos aconselhamentos e tinham mais propensão a seguir a dieta à risca e perder peso, atingindo as metas esperadas pelos pesquisadores. Ao contrário, aqueles com traços de personalidade otimistas e independentes tinham grande dificuldade de diminuir seu peso, e quanto mais alto o nível de otimismo, menor a propensão a aceitar possíveis erros apontados pelo aconselhamento psicológico. De certa forma, eles pareciam acreditar que conseguiriam perder peso independente dos erros cometidos.
O estudo é uma comprovação de outras pesquisas que mostravam que a negatividade de emoções, em alguns casos e níveis, tem impactos positivos na modificação do comportamento de um indivíduo.
No caso de doenças, pessoas mais negativas tendem a levar o problema e o tratamento mais a sério. Mas uma personalidade otimista não é necessariamente ruim, pois os indivíduos caracterizados nesse grupo mantinham alguns hábitos saudáveis, adquiridos durante o tratamento, por mais tempo, ou seja, apesar de não perder tanto peso quanto aqueles indivíduos mais negativos, mantinham as metas alcançadas no longo prazo.
“É importante desenvolvermos métodos que melhorem o autocontrole e a autonomia dos pacientes, mesmo após o final do período mais crítico de uma dieta. Essa mudança de foco pode melhorar os resultados independente da personalidade do indivíduo e dessa maneira trazer os benefícios da redução dos níveis de estresse e manutenção do peso após a intervenção ” diz Hitomi Saido, um dos autores do estudo.
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