quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Compulsão Alimentar - PARE - AJUDA!

Dentre os transtornos alimentares, há uma nova categoria diagnóstica proposta pelo DSM-IV, para possível inclusão, denominada transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP). Encontra-se no Apêndice B do DSM-IV e, até o presente estudo, é diagnosticada nos transtornos alimentares sem outra especificação.

A caracterização desse transtorno baseia-se na presença de compulsão alimentar com subseqüente angústia devido à ausência de comportamentos regulares voltados para eliminação do excesso alimentar. A compulsão alimentar é definida atualmente por “ingestão, em um período limitado de tempo, de uma quantidade de alimentos definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria num período similar, sob circunstâncias similares, com sentimento de falta de controle sobre o consumo alimentar durante o episódio”.1

O TCAP foi descrito a partir de observações de pacientes obesos, porém, apesar de bastante freqüente nesse grupo, também acomete indivíduos de peso normal. Cerca de metade dos pacientes desenvolve a compulsão alimentar mesmo antes de se envolver em dietas, o que favorece, por sua vez, o ganho de peso. Estudos epidemiológicos descrevem uma prevalência de TCAP em 2% da população geral e cerca de 30% de obesos que procuram serviços especializados para tratamento de obesidade. A obesidade, no entanto, não é considerada uma doença psiquiátrica nem uma condição para um diagnóstico de transtorno alimentar; trata-se de uma condição física que advém de múltiplas causas e pode trazer variadas conseqüências.

O critério de diagnóstico para TCAP proposto pelo DSM-IV requer a presença de:

a. Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado por ambos os seguintes critérios:

1. ingestão, em um período limitado de tempo (por exemplo, dentro de um período de duas horas), de uma quantidade de alimentos definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria em um período similar, sob circunstâncias similares;

2. um sentimento de falta de controle sobre o episódio (por exemplo, um sentimento de não conseguir parar ou controlar o que ou quanto se come).

b. Os episódios de compulsão alimentar estão associados a três (ou mais) dos seguintes critérios:

1. comer muito e mais rapidamente do que o normal;

2. comer até sentir-se incomodamente repleto;

3. comer grandes quantidades de alimentos, quando não está fisicamente faminto;

4. comer sozinho por embaraço devido à quantidade de alimentos que consome;

5. sentir repulsa por si mesmo, depressão ou demasiada culpa após comer excessivamente.

c. Acentuada angústia relativa à compulsão alimentar.

d. A compulsão alimentar ocorre, pelo menos, dois dias por semana, durante seis meses.

e. A compulsão alimentar não está associada ao uso regular de comportamentos compensatórios inadequados (por exemplo, purgação, jejuns e exercícios excessivos), nem ocorre durante o curso de anorexia nervosa ou bulimia nervosa.1

Portanto, de acordo com os critérios de diagnósticos, é necessário que a compulsão alimentar se dê em um período de tempo delimitado, o que exclui, por exemplo, indivíduos que “beliscam” o dia todo pequenas quantidades de alimentos. A quantidade de alimentos deve ser grande para um determinado período (por exemplo, período de duas horas), mesmo considerando-se que esse julgamento seja subjetivo.

Além disso, é importante o sentimento de perda de controle, em que o indivíduo fica sem liberdade para optar entre comer ou não comer. Por fim, o paciente deve apresentar sofrimento relativo a esse comportamento recorrente e ter sua vida pessoal comprometida em virtude dessa enfermidade.

O TCAP acomete indivíduos de todas as raças, com distribuição aproximada entre os sexos (três mulheres para cada dois homens), geralmente tendo início no final da adolescência. Mulheres com esse diagnóstico apresentam índice de massa corporal (IMC= peso/altura ao quadrado) mais alto do que mulheres sem TCAP, assim como oscilações de peso mais freqüentes e maior dificuldade em aderir ou manter o peso ao tratarem a obesidade. Costumam se auto-avaliar, principalmente em função de seu peso e forma do corpo, diferentemente dos obesos sem TCAP. Estudos apontam não só escores mais elevados de sintomatologia depressiva como, em média, depressão clínica completa em 50% dos casos.2

Muitos autores apontam “traços” de personalidade comuns em pacientes com TCAP: baixa auto-estima; perfeccionismo; impulsividade; e pensamentos dicotômicos (do tipo “tudo ou nada”, ou seja, total controle ou total descontrole).

Diagnóstico diferencial

O principal diagnóstico diferencial a ser feito é com a bulimia nervosa. A compulsão alimentar ocorre em ambos os casos, embora as bulímicas sejam ainda mais preocupadas com o peso e, em geral, mantenham-no dentro dos limites da normalidade. Bulímicas tendem a tentar compensar o excesso alimentar imediatamente após o episódio, com métodos purgativos, especialmente vômitos, laxantes e diuréticos (em 90% dos casos). Com isso, os episódios de bulímicas costumam ser mais facilmente identificados, pois geralmente são marcados (término) pela purgação. Pacientes com TCAP até podem fazer uso de métodos purgativos, mas não costumam fazê-lo com tanta freqüência e regularidade. Já o diagnóstico diferencial com bulímicas não purgadoras é mais difícil, devendo-se considerar o padrão alimentar mais restritivo do que em pacientes bulímicas. Os jejuns e os exercícios físicos extenuantes costumam ser feitos para compensar um eventual ganho de peso com a compulsão; esses comportamentos não são tão comuns em pacientes com TCAP.

Outro diagnóstico diferencial é a depressão atípica, que, em geral, envolve hiperfagia e ganho de peso entre outros sintomas. Apesar de sintomas depressivos ser comuns em pacientes com TCAP, deve-se avaliar o que é primário em cada caso: se a preocupação central é com o comportamento alimentar descontrolado, e conseqüente ganho de peso e baixa auto-estima, ou se prevalecem aspectos de pessimismo geral em relação à vida, tristeza e descuido de si mesmo (desvalor do corpo e saúde).

Tratamento

As pesquisas sobre o tratamento do TCAP estão em fase inicial, e, até o presente estudo, não há evidências científicas de que uma abordagem seja superior a outra. As abordagens estudadas com mais ênfase são os tratamentos com antidepressivos e as psicoterapias, sendo que as intervenções combinadas parecem ser mais eficazes.

O objetivo do tratamento é estabelecer hábitos saudáveis de alimentação e ajudar o paciente a evitar todas as formas de hiperalimentação.3

A hospitalização raramente é necessária. A experiência clínica e de pesquisa indica que a grande maioria das pessoas com TCAP pode ser tratada ambulatorialmente. A hospitalização se indica quando, por exemplo, o paciente apresenta um quadro muito grave associado à depressão , ao risco de suicídio ou também a outras complicações físicas.4

As drogas mais estudadas no tratamento do TCAP são os antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, sertralina) e o tricíclico imipramina.

Hudson et al5 dão as seguintes recomendações para o tratamento do TCAP com antidepressivos:

1. antidepressivos podem ser considerados como uma opção para todos pacientes com TCAP, principalmente para aqueles que não responderam aos tratamentos psicossociais.

2. comece com um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina ou sertralina).

3. esteja preparado, se necessário, para conduzir um mínimo de três testes com antidepressivos, no sentido de obter a melhor resposta.

4. use doses de medicação e duração de tratamento similares àquelas utilizadas no tratamento da bulimia nervosa e da depressão maior.

As doses podem ser elevadas gradualmente a cada duas a três semanas, observando seus efeitos sobre o comportamento alimentar compulsivo, assim como o efeito sobre o humor. A droga mais utilizada tem sido a fluoxetina (Prozac, Fluxene, Daforin, Eufor, Verotina), sendo que estudos em pacientes bulímicas apontam diferenças significativas sobre a compulsão alimentar quando se utiliza 60 mg diários frente à dose de 20 mg. Não existem estudos sobre quando interromper o tratamento de forma definitiva. Recomenda-se seguir o tratamento por no mínimo um ano após a remissão dos sintomas. Algumas drogas utilizadas para obesidade têm sido testadas mais recentemente e apontam para resultados favoráveis sobre o comportamento compulsivo; é o caso da sibutramina (Reductil e Plenty), na dose de 10 mg a 15 mg diários. No entanto, deve-se atentar para interações medicamentosas, já que obesos, por várias vezes, fazem usos de outras drogas ou apresentam comorbidades clínicas (como hipertensão).

Caso o paciente esteja utilizando um IMAO (inibidor da monoamino-oxidase), deve-se respeitar o período mínimo de intervalo de 15 dias entre a retirada desse inibidor e a introdução de outro antidepressivo.

As abordagens psicoterápicas mais utilizadas e testadas são: terapia cognitivo-comportamental; terapia comportamental; psicoterapia focal; psicoterapia interpessoal; psicoterapias psicodinâmicas; tratamentos de auto-ajuda; e intervenções psicoeducacionais. Essas abordagens podem ser aplicadas individualmente ou em grupo.

A terapia cognitivo-comportamental é a que, dentre as acima citadas, tem sido mais estudada e a que aponta melhores resultados. Trata-se de uma psicoterapia de curto prazo (cerca de 12 a 16 sessões), que enfoca aspectos cognitivos do problema (pensamentos distorcidos) como a auto-avaliação centrada no peso e forma do corpo, baixa auto-estima, perfeccionismo e outros aspectos, enquanto a parte comportamental enfoca os hábitos alimentares inadequados.

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Um pacote de bolacha, 1 litro de refrigerante, 1 pote de sorvete, 1 barra de chocolate (de cobertura), uma lata de doce de leite. Não, isso não é uma receita de sobremesa ou lista de supermercado. É o momento de crise de um paciente com TCAP – Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica. E não pára nos doces! A compulsão toma conta da pessoa com pães de queijo, baldes de pipoca na frente da TV, sacos de batata frita, bala e, por que não, produtos diet!

Do termo em inglês Binge Eating (farra de comilança, indulgência excessiva), o TCAP é uma sucessão de episódios de compulsão alimentar, repetidos com certa freqüência. A compulsão, por sua vez, é o termo utilizado para quem se sente coagido internamente a realizar algo. E se não o faz, tem de conviver com uma terrível angústia. Como se aquele ato fosse urgente.

Você consegue identificar o TCAP por alguns critérios:
Comer uma quantidade muito acima do que a maioria das pessoas consumiria num espaço de tempo relativamente curto. Ex.: 2 horas.
Ter a sensação de falta de controle durante o episódio de compulsão. Ex.: não conseguir parar ou controlar o que está comendo.
Comer bem mais rápido do que o normal.
Comer grandes quantidades sem estar com fome.
Comer sozinho por se sentir constrangido pela enorme quantidade.
Sentir repulsa por si mesmo, depressão ou culpa depois de comer excessivamente.
Paralelos muito próximos
O que difere o TCAP da Bulimia são os métodos purgativos utilizados (vômitos, laxantes etc.) que vêm com a culpa depois de uma compulsão alimentar. Justamente por esse motivo, os pacientes com TCAP têm maior índice de massa corpórea, por apresentarem sobrepeso ou serem obesos. É mais difícil, para essas pessoas, perderem peso do que obesos sem compulsão.

Um olhar cuidadoso
Sem orientação adequada, são pacientes que buscam erroneamente o tratamento dirigido à obesidade, e não ao TCAP, em que os aspectos psicológicos e psiquiátricos específicos são considerados. Para seu quadro, existem medidas certas que garantem os melhores resultados.

Assim como os outros transtornos alimentares, muitos aspectos precisam ser avaliados com atenção: psicológicos, familiares, psicobiológicos e genéticos. Não podemos deixar de considerar que nas últimas décadas, os aspectos socioculturais têm favorecido o aumento dos transtornos alimentares e obesidade. As pessoas mudam seus hábitos alimentares, padrões de peso e, por conseqüência, o formato de seus corpos tão valorizados socialmente.

Chegando no ponto

TCAP não é uma exclusividade de obesos, nem a obesidade é o que determina um diagnóstico de TCAP. A obesidade e todos os seus fatores de risco associados é, sim, conseqüência do comer compulsivo.

Uma questão que envolve pessoas extremamente preocupadas com o seu modo caótico de alimentação. Esta, inclusive, muitas vezes é a principal queixa ao médico. Bem mais do que o próprio excesso de peso.

Um forte aliado

Um recurso que ajuda muito o acompanhamento e a avaliação é o diário alimentar feito pelo próprio paciente, com anotações tanto de consumo alimentar como aspectos emocionais ou ambientais que possam ter influenciado determinadas atitudes.

É quando percebemos concretamente um comportamento que acaba se tornando quase que automático. Veja bem: a compulsão alimentar não é uma simples gulodice, ou quebra de regime, por exemplo, um chocolate. Estamos falando de um consumo desenfreado em torno de 1.000 calorias por episódio. Há relatos de até 5.000 calorias!

O que os médicos observam é que quanto maior a massa corporal, maior será o consumo calórico por ocorrência. Ou seja, muito mais grave.

Um pouco de psicologia para entender esta dinâmica

Desde o nascimento, nosso corpo envia mensagens à mente. Dor, desconforto e necessidades são manifestadas por um bebê e interpretadas, inicialmente, pela mãe e, depois por nós mesmos. Algumas teorias apontam uma hipótese bastante fundamentada sobre problemas nesta mediação, que tornam confusa a troca de informações entre a psique e o corpo.

Quer um exemplo? Uma mãe que entende como fome todas as vezes que seu bebê chora. No subconsciente dessa criança, situações de desconforto acabam associadas à comida. Mas esse é apenas um exemplo.

Os estudos mostram que pacientes com TCAP têm mais tendência a responder com ingestão de alimentos às situações de tensão e sentimentos difíceis. Relatos dessas pessoas associam momentos de solidão, tédio, raiva, ansiedade e estresse ao dispositivo da compulsão.

Estamos falando de pessoas com auto-estima muito baixa, auto-imagem negativa, excessiva autocrítica e tendência a comportamentos impulsivos. Tendem a sentir mais raiva e estresse do que outros.

Cirurgia resolve?
Muito se fala sobre a cirurgia de redução de estômago (Gastroplastia) e cirurgias de redução da obesidade (Bariátrica). Hoje em dia, é comum você olhar à sua volta e constatar pelo menos um caso de alguém conhecido que fez esse procedimento. Grande parte das pessoas com TCAP apresenta grave obesidade e acaba recebendo a indicação desse tipo de cirurgia. Mas é preciso considerar alguns pontos muito importantes.

O diagnóstico de TCAP não impede a realização dessas técnicas.
O TCAP pode dificultar a adaptação pós-cirúrgica pelos mesmos motivos que comprometem tratamentos tradicionais da obesidade.
A cirurgia é uma técnica mecânica no corpo, não na mente e nos fatores psicológicos, sociais, culturais etc. que originam o TCAP. Isso é: a cirurgia não contém o comer compulsivo.
Alguns chegaram a contar que depois da cirurgia substituíram a compulsão alimentar, pela compulsão por compras, jogo, consumo de substâncias psicoativas ou álcool.
A cirurgia estabelece um limite físico ao organismo, mas não impede a freqüente ingestão de alimentos calóricos. Ex.: leite condensado em pequenas e repetidas porções.
Uma luta possível
Como você viu, o TCAP envolve uma série de questões assim como todos os Transtornos Alimentares. E um olhar múltiplo consegue ótimos resultados na luta para o controle dessa doença. Estudos mostram que através da psicoterapia os pacientes apresentam uma redução percentualmente alta na freqüência dos episódios de compulsão alimentar no curto prazo. E recursos farmacológicos, cada vez mais eficientes, também têm sido utilizados como auxílio no tratamento. Esse tratamento completo, ou seja, a associação de terapia com medicação e orientação alimentar, consegue melhorar os aspectos emocionais. Com esse controle é possível quebrar o ciclo das compulsões e, aí sim, conseguir a efetiva perda de peso. Vale a pena - e muito - procurar auxílio profissional capacitado. Converse com quem entende exatamente o que você sente, pois somente ele pode ajudar você.

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Impulso incontrolável para comer. A compulsão alimentar pode aparecer em alguns transtornos alimentares como bulimia nervosa e compulsão alimentar periódica.

No caso da bulimia nervosa, a pessoa tem ataques compulsivos, mas depois da perda de controle, purga todo o alimento ingerido.

Já no caso da compulsão alimentar periódica a pessoa não tem controle, come vorazmente, sente-se arrependida, mas não purga, pois não existe a preocupação com o peso e o corpo, como é o caso dos obesos mórbidos.

Na realidade a pessoa que sofre de compulsão alimentar periódica não come pela fome física, aliás, ela não sabe o que é sentir fome, porque quando come é por puro impulso. Este ataque de comer exageradamente é conhecido pelo termo binge eating.

Durante os ataques de binge, o compulsivo alimentar chega a ingerir até dez mil calorias em uma única refeição, tem preferência por guloseimas e se não tiver, come coisas estranhas, do tipo: uma lata de leite condensado, feijão gelado com queijo, lasanha gelada e tudo que estiver ao seu alcance. Depois de um ataque alimentar, muitas vezes vem o arrependimento, a raiva e gera mais descontrole.

Estes episódios de binge eating têm um ciclo vicioso característico:
Vontade de comer algo - comer muito rápido, exageradamente e escondido até acabar a comida - se empanturrar - arrepender - sentir raiva de si mesmo - se deprimir... e assim ciclicamente.

Será que o compulsivo realmente come por falta de vergonha e desleixo, como muitas pessoas pensam. Será que não existe nada por trás desta deformidade corporal?

Tem e têm muita coisa envolvida. A compulsão alimentar e a obesidade mórbida são doenças muito complexas porque tem um conjunto de fatores e complicadores que resultam na doença.Além do hábito alimentar, fator genético e estilo de vida, têm alguns fatores psicológicos e físicos.

No caso da compulsão alimentar periódica está claro que a pessoa não come por puro prazer, por que é desleixada, gorda e sem vergonha. Ela tem uma doença, um desequilíbrio bioquímico dos neurotransmissores (mensageiros químicos do impulso nervoso) responsáveis pelo controle da saciedade.

Quando os níveis de serotonina estão baixos, ocorrem a depressão e a tendência ao aumento de peso. Pois a comida, principalmente os alimentos energéticos tipo chocolates, doces, pães e massas, são estimulantes naturais de serotonina. Daí esses rompantes de fome ou vontade de atacar a geladeira.

Na realidade por traz deste comportamento compulsivo existe um problema psiquiátrico camuflado e uma dieta alimentar pobre em nutrientes, facilitando os rompantes de binge. Com o equilíbrio da serotonina e a mudança do hábito alimentar, a pessoa controla a ingestão de doces e fica satisfeita com o que comeu (saciedade).



SINTOMAS:

Apetite exagerado
Vontade incontrolável de comer quando esta triste
Comer exageradamente e rápido demais, pouca mastigação.
Arrependimento e tristeza após os rompantes
Falta de preocupação com o aumento de peso.
Constrangimento social
E o prazer imensurável ao comer ... como uma “criança no parque de diversão”.


CAUSAS:

A compulsão alimentar pode aparecer com um mau hábito alimentar durante as dietas radicais, fazendo com que o corpo crie um mecanismo de estímulo natural, com a ingestão excessiva de comida para equilibrar os níveis de serotonia. Isto acontece demais nas dietas proibitivas.

Após longos períodos de jejum também é comum ter um ataque compulsivo, como é o caso dos comedores compulsivos noturnos, que não comem quase nada durante o dia, e a noite o organismo tende compensar a dieta, comendo exageradamente no período noturno. Muitos acordam para comer e ingerem mais de 50% por cento das calorias diárias nas refeições noturnas.

Nos quadros de depressão pode haver um aumento de apetite principalmente por doces, massas e frituras, que são ótimos estimulantes de serotonia e dopamina. Criando uma dependência química com a comida, uma vez que ela equilibra os níveis bioquímicos do cérebro. Então sob tensão psicológica a comida é uma boa muleta para acalmar.

TRATAMENTO:

O tratamento é multidisciplinar, o compulsivo terá que passar por uma avaliação médica para avaliar a sua saúde e o excesso de peso. Após esta avaliação, se houver problemas psiquiátricos o compulsivo terá que iniciar um tratamento com medicação para equilibrar a química cerebral, e melhorar os níveis de serotonia e dopamina, tratando também de uma suposta depressão. Aliado a isto terá que iniciar um processo de reeducação alimentar, com uma dieta equilibrada, com refeições freqüentes e balanceadas.

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"A Moderação sabia do estomago é uma porta para todas virtudes.Contenha o estomago, e você entrará no paraíso Mas se você agradar e mimar seu estômago, você lançara a si mesmo sobre o precipício da impureza corporal, no fogo do castigo e da fúria, você irá vulgarizar e escurecer sua mente, e desta maneira você destruirá seus poderes de atenção e auto-controle, sua sobriedade e vigilância." Ignatius Brianchaninov (Bispo Russo do séc. XIX)

"A gula não denota, nenhum desejo de comer e beber, mas um desgovernado desejo.... abandonando a ordem e a razão, na qual consiste o beneficio da virtude moral." Thomas de Aquino (teólogo)


O que é compulsão alimentar?
Quais fatores levam alguém a desenvolver compulsão alimentar?

Fatores desencadeantes

Medo e compulsão alimentar






O QUE É COMPULSÃO ALIMENTAR ?

Você não tem compulsão alimentar por comer demais na ceia de natal ou na páscoa, nem quando "repete" a sua sobremesa favorita.

Compulsão alimentar é um transtorno sério que afeta 3 a 5% dos homens e mulheres americanos.

A compulsão alimentar envolve o consumo de uma grande quantidade de comida, de forma incontrolável e de maneira rápida, até o ponto de sentir-se "cheio" (desconfortavelmente "cheio"). Estes episódios de compulsão são chamados de binge. Poderíamos traduzir binge como "ataques" de compulsão alimentar. Estes episódio não são motivados apenas uma fome "física". Embora períodos de restrição alimentar podem levar a ataques de compulsão. Mesmo que a fome "física" esteja presente, existem outros "gatilhos" de caráter psicológico, que podem variar desde à ansiedade, como o medo de "falhar" ou de ser rejeitado, sentimentos e/ou idéias de inadequação, ou expectativas frustradas.

A compulsão pode ocorrer de maneira espontânea ou planejada. Pode se comer tudo que estiver "na frente" e disponível, sem critério entre paladar (comida fria, misturas de alimentos doces e salgados), nem qualidade (pode-se buscar alimentos no lixo, ou vencidos).

Os episódios de binge, ocorrem tanto na bulimia, quanto no transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP). Na TCAP, não existe purgação envolvida, isto significa que não é feita por parte da pessoa qualquer tentativa para se "livrar" do alimento ingerido, como vômitos, uso de laxantes e/ou diuréticos, e/ou exercícios físicos exagerados. Porem podem existir episódios esporádicos de restrição alimentar e tentativas repetitivas de se submeter a dietas de emagrecimento, já que a maioria daqueles que sofrem de TCAP encontram-se acima do peso.

Para que seja estabelecido um diagnostico de compulsão alimentar, alguns critérios devem ser respeitados:

O comportamento deve ocorrer no mínimo duas vezes por semana, por um período mínimo de seis meses.

A compulsão alimentar tem como resultado uma serie de conseqüências tanto físicas quanto emocionais.

Imediatamente apos um ataque de compulsão são freqüentes e comuns os sentimentos de vergonha, culpa, ansiedade, depressão e auto depreciação. A sensação física de desconforto grastrointestinal é freqüente e resulta do grande volume de alimento ingerido. A pessoa experimenta sensações de letargia e fadiga.

A manutenção deste comportamento por meses ou anos, intensifica os sentimentos de depressão, raiva, tristeza e solidão. O isolamento social ocorre tanto pela aparência física (TCAP pode levar a casos de obesidade mórbida), quanto pela quantidade de tempo requerida para executar e se "recuperar" dos ataques de compulsão. Um sentimento intenso de vergonha acompanha este transtorno, ainda que ele ocorra "escondido". Talvez a conseqüência mais critica do binge é o ganho de peso. Enquanto alguns como aqueles que tem bulimia mantém um peso "normal" (se pode ser chamado de "normal" um peso mantido a custa de purgações e /ou medicamentos), a maioria apresenta sobrepeso e obesidade em graus variados, o que freqüentemente resulta em complicações médicas. Estas complicações incluem doenças cardiovasculares, hipertensão, aumento nas taxas de colesterol e triglicérides, diabetes do tipo 2 e gota.

"A boa fome, não há mau pão"

Avalie as suas crenças sobre a finalidade de comer. Existem duas razões básicas para comer: nutrição e prazer. O alimento fornece o que o organismo necessita e proporciona prazer. Ambos, a nutrição e o prazer devem ser levados em conta. Na compulsão nenhuma destas duas funções esta presente. Com freqüência o tipo de alimento ingerido não beneficiará o organismo, e não existe uma satisfação no ato de se alimentar.

Reconheça que existe um problema. Se concentre no seu comportamento e pergunte: "Eu como por outras razões alem de me alimentar e sentir prazer?" Então, considere quais necessidades você esta tentando satisfazer através da comida.

Não faça dietas restritivas e sem a orientação de um profissional qualificado (nutricionista). Muitas vezes a compulsão alimentar é desencadeada por dietas restritivas. Muitas destas dietas sem orientação envolvem privação que pode levar a compulsão.Ao invés disso, siga as recomendações de um profissional e procure aprender a reconhecer os sinais de fome e satisfação do seu corpo. Se tiver vontade de comer, pergunte: "Eu realmente estou com fome?". Embora a fome seja uma sensação física, ela pode ser subjetiva e não objetiva como a dor. Ninguém fala: "Acho que estou com dor". A dor é uma sensação física real e objetiva. Você tem dor, ou não tem dor. Porem podemos nos referimos a fome como : "Acho que estou com fome". Você pode ter vontade de comer, sem necessariamente sentir fome. Por isso tente compreender se o que você sente é fome, ou pode ser solidão, tédio, frustração, depressão, etc.

O tratamento da compulsão alimentar é multidisciplinar. O psicólogo irá ajuda-lo a descobrir os "por quês" do seu comportamento frente à alimentação e descobrir novas maneiras de lidar com as emoções que envolvem este tipo de comportamento. Existem novos medicamentos que são úteis na redução da compulsão e no controle dos transtornos associados como a depressão e a ansiedade, que podem ser indicados por um médico. O nutricionista é indicado para a reeducação e planejamento alimentar.



A compulsão alimentar caracteriza-se pela ingestão de grandes quantidades de alimento, mesmo quando a pessoa não está com fome. come-se pôr ansiedade, stress ou outra emoção negativa, ou não. Esses ataques de comer apresentam certas características:
Ingestão de grande quantidade de alimentos num período curto de tempo, algumas pessoas podem chegar a ingerir 5.000 calorias em um período de 2 horas (no caso das compulsões graves).
Preferência pôr alimentos mais calóricos como doces e carboidratos gordurosos
A pessoa come mais rápido do que o normal
Pode chegar a Comer até se sentir cansada e/ou empanturrada
Pôr vergonha poderá comer escondido.
Existe uma sensação de descontrole, a pessoa não consegue controlar o impulso de comer.
Após o episódio compulsivo, surgem sentimentos de culpa, falta de autocontrole, além de auto rejeição o que causa cada vez mais baixa auto-estima.
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Quais fatores levam alguém a desenvolver uma compulsão alimentar?


Fatores genéticos hereditários: ainda estão sendo estudados, o que já foi comprovado é que existe a influência genética.

Estudos já demonstram que a incidência de transtornos alimentares em gêmeos idênticos é maior do que em gêmeos fraternos.
Fatores Ambientais: Pessoas que convivem em ambientes aonde existe um grande consumo de comida, e/ou onde as pessoas se utilizam da comida como fator agregador, poderão apresentar uma tendência maior para a compulsão. ex. Família Italiana.
Fatores Metabólicos: Segundo algumas pesquisas, certas pessoas apresentariam uma espécie de “falha” no sistema de saciedade. Esse sistema é o responsável pôr pararmos de comer quando nos sentimos satisfeitos. No caso do compulsivo ele só receberia no cérebro esse estimulo para parar de comer, indicando que o apetite já foi satisfeito, tardiamente. O que faria com que tivesse que comer mais do que as outras pessoas para se sentir satisfeito.

Fatores Culturais: Hoje em dia nossa cultura passa uma imagem de valorização do chamado “corpo magro ideal”, aprendemos que se tivermos o tal “ corpo ideal “ nossa vida será sem problemas, ganharemos o afeto e admiração de todos. Temos que ser magros. Ao mesmo tempo existe uma quantidade muito maior de alimentos "engordativos".
Fatores Psicológicos: Os fatores psicológicos representam uma grande influência no desencadeamento da compulsão. E na dificuldade de emagrecer. Constituindo-se em um fator de resistência ao emagrecimento e ao controle da compulsão.

O que se passa entre nossos pensamentos e nosso estômago que nos faz comer mais do que o necessário?

ALIMENTO = SENSAÇÃO DE PRAZER E RELAXAMENTO
Desde o nascimento o alimento é associado com sensações de prazer,alegria relaxamento e conforto.
Uma criança recém nascida sente uma sensação desagradável, traduzindo-se em dor física quando sente fome. Esta criança chora, porque essa sensação é expressa através do choro. Quando recebe o alimento a sensação desagradável, de dor, é eliminado e substituído por uma sensação de prazer e conforto. Associa-se também uma sensação de aconchego e carinho durante a amamentação, onde existe o contato físico com a mãe.
A criança vai crescendo e a comida continua a ser associada com outros sentimentos de prazer:
Festinha de aniversario= presentes, alegria, carinhos dos familiares e coleginhas e... comida, muita comida...


COMIDA assume papel de recompensa e RECONHECIMENTO
Ex: “Se fizer o que a mamãe quer, te levo no Mac Donald's”,
INSEGURANÇA E INADEQUAÇÃO
Quando começamos a nos socializar, freqüentar a escola, começam a surgir as comparações com outras pessoas ou padrões de modelos.
AUTO-REJEIÇÃO
Quando nos comparamos a modelos, e queremos ser como eles, estamos negando nosso verdadeiro EU, daí começamos a nos negar e REJEITAR.
"TEM QUE"; "TEM QUE"; "TEM QUE"
A ansiedade aparece como resposta as exigências que impomos a nós mesmos.
São os famosos "TEM QUE", nos impomos uma série de IMPOSIÇÕES: Para ter sucesso tenho que ser magro, Para ter carinho tem que EMAGRECER. E pôr assim vai...
ANSIEDADE
Quando não conseguimos atender as exigências dos "TEM QUÊS" que nos impomos, nos sentimos ansiosos, estressados, culpados e com raiva. Quando não conseguimos expressar e lidar de maneira adequada com esses sentimentos, podemos voltar ao nosso estágio primário da infância, quando a ansiedade e o stress eram atenuados pela COMIDA.
Já que desde a infância associamos COMER = TER PRAZER E RELAXAR.
A comida esta a nossa disposição quando as pessoas que amamos não estão, a comida não se levanta e vai embora, a comida não nos magoa, a comida não diz não. a comida está sempre presente, a comida dá prazer, pôr isso a comida torna-se a coisa mais próxima do amor. mas a comida é apenas um substituto do amor, do carinho, do CONFORTO, do prazer, etc.
Lembre-se que a comida não é, nem nunca SERÁ ESSE SENTIMENTO.
"A mangiare ed a grattare basta solo cominciare":
"Comer e coçar, basta começar"


COMPULSÃO
A comida surge como resposta ao desconforto causado pelas sensações de stress, culpa, ansiedade, raiva, etc. Quando nos sentimos descontentes com alguma situação temos a tendência de não demonstrar esse descontentamento com o fato, a situação ou a pessoa, que provocou esse sentimento. Quando “guardamos” esses sentimentos dentro de nós estamos negando a expressão desses sentimentos, pensamentos e crenças. Guardar tudo isso é se negar e criar ansiedade que leva ao comportamento compulsivo. Quanto mais eu nego meus sentimentos, mais compulsivo serei.
A Comida como dissemos anteriormente foi associada a sensações de prazer e conforto desde o nascimento.
COMPULSÃO = CULPA = SE MALTRATAR = SE COBRAR
O comportamento compulsivo leva a sentimentos de culpa e vergonha. Daí começam a vir os maus tratos, você passa a não se gostar e passa a se cobrar para parar de ser compulsivo e emagrecer. A sua vida vira uma eterna cobrança. e a auto-estima fica lá embaixo...

BAIXA AUTO-ESTIMA
O comportamento compulsivo, nos seus fundamentos, está ligado a falta de amor-próprio, a baixa auto-estima; é a expressão da crença (ERRADA) de que não somos bons o bastante.
Texto: Valéria Lemos Palazzo Psicóloga CRP 06/35173
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Fatores Desencadeantes
As crises não são todas parecidas. Uma mesma pessoa pode tanto ter uma crise "clássica" de compulsão, caracterizada por uma rápida ingestão de uma grande quantidade de comida, particularmente de alimentos ricos em hidratos de carbono (os quais normalmente a pessoa se priva), como uma crise "subjetiva" , quando a ingestão de um alimento "normal" desencadeia o mesmo sentimento de perda de controle e vergonha da crise "clássica".

"La faim fait sortir le loup du bois": "A fome faz sair o lobo do mato"

Provérbio Francês

Fatores que podem desencadear uma crise e o comportamento compensatório conseqüente como vômitos, uso de laxantes e/ou diuréticos, e a pratica exagerada de exercícios físicos:

Fatores relativos a alimentação e comida:

Exposição a alimentos ricos em calorias

Sentimento de ter transgredido uma regra alimentar

O fato de pensar "desesperadamente" em comida

O "habito" de ter crises

A sensação de estar "inchado" depois de comer

Fatores relacionados a idéias negativas ou preocupações relacionadas com o peso e/ou imagem:

Sentir-se Gordo(a)

Sentir-se "apertado" nas roupas

Surpresa por pesar mais do que esperava

Estados de Animo Desfavoráveis:

Depressão

Sentimento de vazio, solidão e/ou isolamento

Estado de ansiedade, tensão, ou de apreensão

Momentos de irritabilidade, e/ou raiva

Tensão pré menstrual

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MEDO E COMPULSÃO ALIMENTAR


O medo na compulsão alimentar aparece como um elemento resistente. Ao mesmo tempo em que mantém um realidade (estar acima do peso, ser compulsivo), vamos criando elementos de resistência e de proteção relativos à aquela realidade. Por exemplo: "Eu quero ser amada, mas tenho muito medo do abandono". Porem quem esta disposto a amar o outro, e deixar-se amar, corre o risco de ser abandonado. O medo de ser abandonado faz com que a pessoa comece a criar comportamentos de proteção, que irão isolá-lo do seu medo de ser abandonado. O abandono é visto como ameaçador, ruim e indesejável. Posso "manter" minha compulsão porque ela tem uma utilidade: Me manter afastada de relacionamentos amorosos, e assim evitar o abandono.

Na vida profissional pode acontecer o mesmo. Caso eu não esteja tão bem na vida profissional como gostaria, posso atribuir este fato, não a algum tipo de "falta" minha ( me dedicar mais as minhas tarefas, me aprimorar, ser mais ousado), mas ao meu "problema" de excesso de peso.Neste caso não posso "me culpar" pelas minhas falhas.

O problema é que vamos protegendo essa condição em nós mesmos, mesmo que ela pareça desagradável e não nos proporcione conseguirmos aquilo que queremos.

Uma pessoa com medo de se expor, mas que quer ter sucesso, pode se utilizar do excesso de peso para não se expor. Porem em qualquer situação de sucesso, você estará exposto. Muitas pessoas perfeccionistas tem medo de serem "vistas" fora do "seu melhor", porque não se assumem com o realmente são. Acreditam que tem que ser perfeitas, por isso tem medo dos outros e de que eles possam "ver quem ela é". Neste caso a defesa pode aparecer na forma de excesso de peso, para que a pessoa não se exponha e se proteja. A crença é que não se expondo, ela estará protegida das criticas das outras pessoas. Mesmo tentando uma mudança de vida, as defesas internas podem fazer alguém fracassar. Estas defesas tem que fazer com que você não esteja em evidencia. Estas defesas foram criadas e treinadas por você. Suas crenças internas serviram como elemento reforçador para cada uma delas.

Por isso você pode começar uma dieta (reeducação alimentar) e não levar adiante. Começa a fazer exercícios e larga. Emagrece e engorda tudo novamente. Você pode estar vivenciando tudo isso, para impedir que venha a passar por coisas que teme. Estas defesas vem e te "pegam".

Por isso você tem que se perguntar que resistências criou ? Quais são os seus medos ? O que existe de perigosos em emagrecer ?

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A compulsão alimentar é um transtorno muito frequente e fácil de identificar. Pessoas que apresentam ataques repetitivos de ansiedade que as levam a comer desesperadamente grandes quantidades de comida (normalmente alimentos com baixo valor nutritivo e elevado teor calórico), que são consumidos sem nenhum critério de preparo ou controle, e em qualquer momento do dia, podem dizer que sofrem de compulsão alimentar.

Comida fria, caixas inteiras de chocolate, latas de leite condensado, qualquer tipo de doce ou frituras, normalmente acabam sendo o alvo destes rápidos momentos de compulsão.Tanto homens quanto mulheres podem apresentar este transtorno alimentar. Nos últimos anos observou-se uma crescente ocorrência de casos destes transtorno em crianças e adolescentes, principalmente naquelas que já apresentam sobrepeso e obesidade.

O desencadeamento dos episódios de compulsão normalmente ocorrem após algum descontrole emocional ou psicológico. Problemas familiares, estresse no trabalho, desentendimentos ou frustrações amorosas, são situações que levam a uma crise de compulsão alimentar. As crises contínuas podem acarretar um aumento significativo do peso corporal. Obesidade e a depressão podem ser parceiras e/ou consequências destes repetitivos episódios de compulsão.

A melhor maneira de controlar e tratar a compulsão alimentar é procurar a orientação nutricional para uma reeducação alimentar, além de um acompanhamento psicológico e, se necessário, o uso de medicamentos.

Veja algumas dicas que podem ajudar a evitar uma crise de compulsão alimentar:

- Procure organizar melhor as suas refeições. Tente fazer 3 refeições principais equilibradas, intercalando entre estas, alimentos leves como frutas, iogurtes, vitaminas ou barrinhas de cereais.

- Observe a sua mastigação, tentando comer devagar para estimular a saciedade.

- Já deixe separadas as porções corretas que você deverá consumir. Inicialmente esta atitude ajuda a evitar um consumo alimentar desnecessário.

- Procure ocupar a sua cabeça com atividades que não estejam vinculadas aos alimentos: pratique um esporte, vá passear, leia um livro ou faça um artesanato.

Um peso corporal saudável e uma sensação de bem estar, serão consequências naturais do controle da compulsão alimentar.

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Compulsão Alimentar



A compulsão alimentar é um transtorno alimentar comum, em que um indivíduo consome regularmente uma grande quantidade de comida de uma vez só, ou «depenica» constantemente, mesmo quando não tem fome ou se sente fisicamente desconfortável por comer tanto. Ao contrário dos bulímicos, quem come compulsivamente não purga depois de comer em excesso, nem pratica com frequência exercício em excesso na tentativa de queimar calorias. A compulsão alimentar pode ocorrer em pessoas de qualquer sexo, raça, idade ou estrato socioeconómico e, como quem sofre do transtorno de compulsão alimentar aumenta com frequência de peso ou se torna clinicamente obeso, torna-se passível de contrair uma grande variedade de doenças. Infelizmente, não há uma cura reconhecida para o transtorno de ingestão compulsiva, mas existe uma variedade de opções de tratamento que podem ser exploradas quando o transtorno é diagnosticado.



Sinais de Compulsão Alimentar


Quem sofre do transtorno de compulsão alimentar consome grandes quantidades de comida de uma só vez ou come constantemente durante um determinado período (por exemplo, durante uma festa de aniversário ou na Consoada) mas não purga ou se liberta da comida depois. O transtorno de compulsão alimentar é habitualmente reconhecido por outros devido aos hábitos alimentares de um indivíduo, tais como:

● Ingerir uma quantidade excessiva de comida, mesmo quando não tem fome;

● Comer até se sentir desconfortavelmente cheio ou mesmo agoniado;

● Esconder hábitos alimentares devido a vergonha ou embaraço;

● Esconder comida para episódios de voracidade;

● Esconder embalagens vazias ou caixas de alimentos e gerar lixo em excesso;

● «Depenicar» ou comer constantemente enquanto houver comida disponível;

● Comer quando está sob pressão ou se sente psicologicamente diminuído/a;

● Sentir-se subjugado/a, envergonhado/a e/ou culpado/a durante e/ou depois de um episódio de voracidade;

● Exprimir repugnância em relação a hábitos alimentares, peso, corpo ou aparência;

● Expressar descontentamento com a aparência, peso ou auto-estima.



Diagnóstico de Compulsão Alimentar


O transtorno de compulsão alimentar deve ser diagnosticado por um profissional qualificado, de acordo com os critérios de saúde mental reconhecidos. Estes critérios de diagnóstico incluem episódios cíclicos de alimentação em excesso e sensação de perda de controlo durante os episódios, bem como episódios de compulsão alimentar com pelo menos três das seguintes características: comer depressa, comer até atingir mal-estar físico, comer quando não se tem fome, comer sozinho ou ter sentimentos de vergonha e culpa em relação à alimentação. Outros critérios incluem expressão de ansiedade ou angústia em relação à ingestão compulsiva, episódios de voracidade que ocorrem pelo menos duas vezes por semana durante um período mínimo de seis meses e compulsão alimentar sem recurso posterior a um método de purga (vómito auto-induzido, exercício excessivo, etc).



Obter Ajuda e Tratamento


Não há uma cura reconhecida para o transtorno de ingestão compulsiva. Posto isto, há uma variedade de opções de tratamento que podem ser combinadas de acordo com as necessidades específicas do paciente. As opções de tratamento para o transtorno de compulsão alimentar incluem aconselhamento/terapia, aconselhamento ou terapia familiar, terapia cognitivo-comportamental (para alterar os comportamentos alimentares), frequência de grupos de apoio ou terapia de grupo e aconselhamento e planeamento nutricional.

Habitualmente, não são usados medicamentos para tratar o transtorno de ingestão compulsiva, apesar de poderem ser usados supressores de apetite com controlo médico e alguns medicamentos, como anti-depressivos, para o tratamento de condições associadas.

O transtorno de compulsão alimentar é um transtorno alimentar comum, embora muitas vezes mal compreendido. Qualquer informação adicional sobre o transtorno de compulsão alimentar deve ser procurada junto de um médico, um especialista em transtornos alimentares ou outros terapeutas relacionados com este tipo de condição de saúde.

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