domingo, 18 de dezembro de 2011

Chá pra emagrecer

Chá de boldo, de menta, hortelã, camomila, erva-doce, etc. Quem nunca tomou um deles depois de exagerar no almoço ou comer aquela feijoada que não caiu bem? Por ser feito basicamente de água e ervas, o chá hidrata e causa uma sensação de bem-estar. "As infusões (quando se coloca folhas, flores ou frutas em água quente) ajudam na digestão, aceleram o metabolismo, combatem o inchaço e até cortam o apetite quando ele perde o limite", afirma o consultor farmacêutico Kali Rafael Nardino, da Divine Shen.

Erva-doce, carqueja, espinheira-santa, chapéu-de-couro, jurubeba, abacateiro, cavalinha e bugre cortam a fome fora de hora, segundo Nardino. "Mas precisamos levar em conta a qualidade da matéria-prima, que é determinada principalmente pela forma de cultivo, procedência, processamento e armazenagem", diz o farmacêutico, que também recomenda o consumo de chá branco."Ele ajuda a desinchar, desintoxicar e acelerar o metabolismo, facilitando a queima de gordura. A vantagem é que faz tudo isso de maneira mais intensa e com sabor bem suave", afirma. Já a nutricionista funcional Daniela Jobst, recomenda o chá verde como um ótimo digestivo, já que ativa a produção de ácidos estomacais.

Na lista das plantas conhecidas como digestivas estão hortelã, menta, hibisco, psilium, cáscara-sagrada, zedoária e fucus. Essas infusões são ótimas de serem consumidas depois das refeições. Um velho conhecido do sistema digestivo é o boldo, também chamado popularmente como boldo-do-chile. Suas folhas são usadas na medicina popular para tratamento de problemas digestivos e hepáticos. "Mesmo sendo muito comum entre a população, alguns estudos toxicológicos sugerem que o chá de boldo deve ser consumido com moderação e cuidado, além de ser proibido na gravidez porque ameaça a saúde do bebê", diz o farmacêutico.

Segundo a nutricionista da equipe médica do Dieta e Saúde, Erica Lopes, uma xícara de chá quente depois das refeições ajuda a fazer digestão. "Escolha o chá de sua preferência, independente do sabor, já que é a quentura do mesmo que favorece a boa digestão. Além disso, dissolve gorduras e diminui a formação de gases", garante.

De acordo com levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% da população utilizam chás ou remédios naturais, fazendo uso da medicina popular para tratar doenças. O grande problema, no entanto, é o uso em excesso que, segundo especialistas, é difícil mensurar.

Sendo assim, para evitar riscos, uma dica é não substituir a ingestão de água ou outros líquidos pelos chás exclusivamente. Indica-se, ainda, variar as ervas utilizadas e evitar infusões muito concentradas. Gestantes devem consultar o médico antes de consumir chás, já que algumas plantas podem ser abortivas.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Cura da Compulsão Alimentar - É meu problema, sou viciada em comida

A Compulsão Alimentar (CA) é uma condição que afecta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracteriza-se por episódios frequentes de ingestão exagerada e compulsiva de alimentos. Este distúrbio, para além de ser muito mais frequente do que a bulimia nervosa, distingue-se desta porque os doentes, após as crises de CA, não tentam evitar o ganho de peso com métodos de compensação como o vómito, o uso de laxantes ou exercício físico exagerado. Os episódios são acompanhados por uma sensação de falta de controlo sobre o acto de comer e por sentimentos de culpa e de vergonha.


Comportamentos comuns a quem sofre de CA

As causas deste transtorno são desconhecidas, mas cerca de metade das pessoas estão deprimidas ou têm história de depressão no seu passado. Não está ainda claro se a depressão é a causa ou efeito da CA. Sentimentos negativos como a raiva, a tristeza, o tédio e a ansiedade são descritos frequentemente como desencadeadores de uma crise.

Alguns comportamentos e problemas emocionais são também mais comuns às pessoas que sofrem de CA. Estes incluem o abuso do álcool, a impulsividade (agir sem pensar), não se sentir responsável por si próprio, sentir-se à parte das suas comunidades (trabalho, grupo de amigos, etc.) e não compreender nem falar sobre os seus sentimentos.

Cynthia Bulik, directora do Programa de Transtornos Alimentares da Universidade da Carolina do Norte, classifica os seus pacientes em dois grupos diferentes: os que sofrem de CA desde a infância e aqueles em que a CA surge mais tarde na vida, normalmente após uma dieta extrema.


Papel dos alimentos e da dieta nas crises de CA


Embora não esteja claro o papel das dietas nestes quadros, sabe-se que, em muitos casos, os regimes excessivamente restritivos podem desencadear ou piorar o transtorno. Estar permanentemente a pensar em dieta é causa e consequência da perda do controlo alimentar. Perde-se a “inocência” ao comer. Baralham-se os sinais internos, de fome, saciedade e de prazer, que regulam a ingestão alimentar. E os culpados? Haverá culpados? A meu ver sim. Não é à toa que os alimentos mais frequentemente escolhidos pelos comedores compulsivos sejam os bolos e doces, o chocolate, as pizzas, as batatas fritas, as bolachas, as colas e os gelados, em duas palavras, a junk food. Todos alimentos hipercalóricos que justificam a tese de Deirdre Barrett, professor de Psicologia Clínica na Harvard Medical School, que diz que estes comportamentos estão, em certa medida, escritos nos nossos genes uma vez que estavamos programados para sobreviver na savana Africana, onde era necessário ingerir muita comida que era rica em fibras, mas pobre em calorias.

Por outro lado, algumas pessoas parecem ser particularmente vulneráveis ​​à junk food. Mary Boggiano, professora associada no Departmento de Psicologia da Universidade do Alabama, descobriu que todos os ratos do seu laboratório comiam as mesmas quantidades da ração padrão, mas, quando lhes apresentava bolachas oreo, alguns não mostravam qualquer interesse, enquanto outros não conseguiam parar de as comer. Boggiano descobriu ainda que a compulsão pela junk food nestes animais estimula os mesmos receptores cerebrais de prazer que são estimulados quando os viciados em drogas tomam opiáceos.

Tratamento

O tratamento da CA exige uma abordagem multidisciplinar que exige um psiquiatra, um endocrinologista, uma nutricionista e um psicólogo. O objetivo do tratamento é o controlo dos episódios de CA através de técnicas comportamentais (a psicoterapia pode ajudar o paciente a lidar com questões emocionais subjacentes) e de acompanhamento nutricional para restabelecer hábitos alimentares saudáveis. As horas das refeições e os alimentos escolhidos são importantes para diminuir a frequência e intensidade das crises. Os episódios são mais frequentes durante a tarde e noite e decorrem muitas vezes do facto destas pessoas não tomarem o pequeno-almoço (café da manhã) e quase não almoçarem. Nestes casos a nutricionista dá uma grande ajuda porque coloca regras e estabelece um plano alimentar (não é sinónimo de dieta) para o dia.

O psiquiatra poderá prescrever medicação antidepressiva que se tem mostrado eficaz para diminuir os episódios de compulsão alimentar e os sintomas depressivos.

Você não está sozinho

Por último, se acha que sofre de CA é importante saber que você não está sozinho. A maioria das pessoas que têm o distúrbio já tentou, mas não conseguiu, controlá-lo por conta própria. Procure ajuda profissional que pode começar pelo nutricionista, pelo psiquiatra ou pelo psicólogo. A boa notícia é que a maioria das pessoas que cumprem o tratamento, vencem a CA.

Rehab Alimentar - Viciados em Comida

A má notícia: somos viciados em gordura, sal e açúcar. A boa: novas pesquisas revelam que podemos reprogramar nossa cabeça para não cair em tentação. É o rehab alimentar

por Denise Dalla Colletta e Priscilla Santos

Você pensou uma, duas, 3 vezes, mas não resistiu: usou a tal substância. Ela logo desencadeou em sua cabeça um processo viciante: ao tocar sua língua, fez liberar em seu cérebro opioides — químicos responsáveis por uma sensação de recompensa e prazer, também acionados por drogas como heroína e morfina. Inconscientemente, você move sua língua e mandíbula. Se fosse uma criança, abriria um sorriso. A resposta imediata do seu corpo: quero mais!

Esse barato não foi provocado por uma nova droga da moda. É uma velha conhecida que, consumida com moderação, é essencial à nossa sobrevivência: comida. Mais especificamente aquela com grandes quantidades de gordura, sal e açúcar, ingredientes que, a ciência revela, nos fazem pedir cada vez mais, mais e mais. “São as chamadas comidas palatáveis, não só porque são saborosas e dão prazer, mas porque estimulam nosso apetite e nos fazem comer sem parar”, diz o autor do livro The End of Overeating (O Fim da Comilança, sem edição no Brasil) David Kessler, ex-integrante do FDA, órgão que regulamenta alimentos e remédios nos Estados Unidos. Esses ingredientes mexem em mecanismos cerebrais que costumam ser atingidos também por drogas pesadas, como a heroína e, a mais recente descoberta, maconha. Basta sentirmos um cheirinho de batata frita ou dar a primeira mordida em um bolo de chocolate para disparar o ciclo vicioso. “Comer alimentos ricos em açúcar, gordura e sal só nos faz comer mais alimentos ricos em açúcar, gordura e sal”, diz e repete Kessler. Para entender esse desejo sem fim, a ciência da gordura — que já analisou nosso metabolismo e reações fisiológicas — agora muda de foco. “As pesquisas sempre buscaram o que acontece em nosso corpo enquanto comemos. Mas a verdadeira pergunta é: o que acontece em nosso cérebro?”, diz Kessler. Entender isso é essencial para que possamos reprogramar nossa mente. E dar início a uma reabilitação alimentar — a única saída para se pensar como um magro.


GORDURA DÁ LARICA

Em junho, cientistas da Universidade da Califórnia e do Instituto de Tecnologia da Itália publicaram um estudo revelando que a ingestão de alimentos gordurosos libera no intestino endocanabinoides. Qualquer semelhança do termo com a Cannabis sativa, a planta da maconha, não é coincidência. Esses químicos são parecidos com aqueles encontrados em um cigarro feito com ela e que costuma causar um apetite voraz — a famosa larica pós-baseado. No experimento, ratos alimentados com gordura não conseguiam parar de comer. Já os que ingeriram só proteína ou carboidrato se deram por satisfeitos mais rapidamente. “Provavelmente, os endocanabinoides reduzem a mensagem de saciedade que se origina no intestino e é enviada ao cérebro”, afirma Nicholas DiPatrizio, professor do Departamento de Farmacologia da Universidade da Califórnia.

Não é só gordura que tem essa capacidade de nos fazer continuar comendo mesmo quando já estamos supostamente satisfeitos. “Toda comida prazerosa pode neutralizar os sinais de saciedade”, diz o neurocientista David Linden, autor do livro A Origem do Prazer (lançado no Brasil em agosto pela Editora Elsevier). Aí também entram os pratos ricos em açúcar e sal, que liberam em nosso cérebro mais dopamina, um neurotransmissor responsável pela sensação de felicidade e bem-estar, do que os demais tipos de alimentos. Um truque da natureza para que os homens das cavernas sobrevivessem.

Na dieta dos nossos antepassados, alimentos com sal, gordura ou açúcar eram raros — as refeições não tinham mais que 10% de lipídios, as gorduras que vinham da carne. Nosso vício em sal não é totalmente explicado pela ciência. Mas os pesquisadores desconfiam que seja uma estratégia evolutiva para compensar o sódio perdido no suor. Já a gordura e o açúcar são reservas naturais de energia: fomos programados para abocanhá-los sempre que os encontramos pela frente. “Mas sabemos que se você comer açúcar, gordura e carboidratos refinados [que se transformam rapidamente em açúcar na digestão] repetidamente, isso irá alterar seus circuitos de prazer”, afirma Linden. Com o tempo, as células cerebrais não irão responder de forma tão intensa ao estímulo provocado por esses ingredientes. Como acontece com a heroína, o efeito enfraquece com o passar do tempo. E aí você precisa de mais quantidade da substância para sentir o mesmo barato.

VÍCIO EM COMIDA

O deleite com os alimentos funciona em duas fases. Primeiro vêm as preliminares: sentir um cheiro gostoso, passar na porta do restaurante onde se experimentou um jantar dos deuses ou assistir a uma propaganda de biscoitos recheados na TV. “É daí que vem o verdadeiro poder da comida: da antecipação do prazer”, afirma Kessler.

Esses estímulos já são suficientes para fazer nosso cérebro liberar dopamina. A substância — também responsável pelos impulsos de fuga — cria o desejo e nos faz correr atrás do que for necessário para comer aquele prato tentador. Quando você, de fato, abocanha a gostosura, mais dopamina é liberada. E também opioides. Essas substâncias farão não apenas com que você sinta prazer, mas aumentarão seu desejo e irão motivá-lo a buscar mais comida. Para evitar que esse ciclo tenha início, é necessário parar no comecinho. Mude o caminho de casa para o trabalho para não passar na frente do tal restaurante e evite chegar muito próximo da banca de pastel para não ser seduzido pelo cheirinho de fritura. O prazer proporcionado apenas pela ideia de que você está prestes a se esbaldar com uma delícia dessas já pode fazer você perder o controle.

A prova veio de um estudo divulgado em abril, em que pesquisadores da Universidade de Yale, EUA, reuniram 48 mulheres, entre magras e acima do peso, para testar o quanto ficavam tentadas ao ver um milkshake de chocolate. Após 4 a 6 horas em jejum, as voluntárias olhavam para uma foto da bebida. Somente depois podiam saboreá-la de fato. Nos dois momentos, seus cérebros foram escaneados. Em algumas mulheres, os cientistas observaram um padrão de atividade de neurônios comum também no vício em drogas: a simples sugestão da comida ativava mais o sistema de prazer e recompensa do que ingeri-la propriamente. Essas mulheres tinham uma fissura por comidas calóricas maior do que a normal (já que liberavam mais dopamina nas preliminares) e uma satisfação inferior à média ao abocanhar as gostosuras (quando os químicos de bem-estar vinham menos do que o esperado). Resultado: elas comiam mais como forma de compensação.

O curioso é que esse padrão não foi visto apenas em mulheres obesas, mas também nas magras. “Estar dentro do peso não quer dizer que você não seja viciado em comida”, diz Ashley Gearhardt, pesquisadora do Centro Rudd para Política Alimentar e Obesidade da Universidade de Yale. Algumas pessoas compensam a comilança com dias sem colocar quase nada na boca ou com muito exercício físico, mas correm o risco de ganhar peso mais adiante.

PONTO G DO CÉREBRO

A grande dificuldade em resistir a essas comidas tão saborosas e viciantes é que elas provocam uma verdadeira festa em nossa cabeça, nos fazem liberar químicos do prazer de maneira instantânea. E a sensação de êxtase pode ir além se houver novidade e variedade em seu prato, já que as células cerebrais têm preferência. Algumas respondem ao gosto, outras à textura dos ingredientes, ao seu cheiro, à simples visão ou à temperatura da comida. Os neurônios ligados ao açúcar irão vibrar quando você come um doce, por exemplo. Os que adoram sal vão enlouquecer na presença de uma coxinha. Agora, imagine que você coma um quitute que misture doce, crocante e macio, quente e frio — como um sorvete com calda de chocolate fumegante em uma casquinha de biscoito salpicado por balas coloridas. Diversos neurônios vão acender ao mesmo tempo e fazer uma verdadeira rave em sua cabeça. A sensação é praticamente irresistível, mas cada vez que você cede a ela, só fortalece o vício.

Toda essa comilança chega ao chamado hedonic hot-spot (ponto quente do prazer), uma espécie de ponto G do cérebro que, diferente do ponto G feminino, pode ser encontrado em regiões diversas. “Do tamanho de uma cabeça de alfinete, esses pontos levam a um pico de prazer quando são estimulados por opioides ou endocanabinoides”, afirma o professor de biopsicologia e neurociência da Universidade de Michigan, Kent Berridge. “A combinação de gordura e açúcar é muito mais potente do que os dois ingredientes separados”, diz Keller. Isso explica por que preferimos um brownie suculento a uma colher cheia de açúcar cristal. A somatória de sensações torna o prazer mais potente e a vontade de comer foge do controle. Para piorar, o mundo atual nos empurra para esses desejos o tempo todo.

A evolução que nos levou a fazer de tudo para comer alimentos calóricos, há milhares de anos, não previu que hoje haveria lojas de conveniência e lanchonetes a cada esquina. “O sistema que era útil à sobrevivência humana tornou-se muito perigoso, porque o excesso de consumo leva à obesidade, diabete e alguns tipos de câncer”, afirma o biopsicólogo Gary Beauchamp, diretor do Monell Center, instituto americano de pesquisa em paladar e olfato. Nossos antepassados pré-históricos precisavam armazenar todas as calorias disponíveis. Hoje, a maior parte do tempo estamos expostos a anúncios apelativos de comidas superdoces e gordurosas. Nunca foi tão fácil e barato conseguir salgadinhos e refrigerantes. E a indústria vem tomando proveito das descobertas sobre nosso vício em comida. “Os alimentos vêm sendo alterados com o objetivo de ficarem muito mais estimulantes. Nossa cabeça simplesmente não sabe como reagir a eles e acabamos comendo demais”, afirma Gearhardt.

A pesquisadora diz que a comida está tomando o papel que foi do tabaco há décadas. Quando fumar não era socialmente estigmatizado, o cigarro era fácil de se conseguir e exposto em todo lugar: bares, lanchonetes, supermercados. Com as campanhas contra essa indústria, a exposição diminuiu. O hábito caiu junto, mas abriu espaço para outros vícios. “Dos anos 60 até agora, o peso médio de um americano adulto aumentou 11 quilos”, afirma Linden. Os brasileiros também estão ficando mais cheinhos. Segundo dados do IBGE divulgados em julho, o excesso de peso já atinge metade da população. “Para algumas pessoas poderia ser o álcool, as drogas, o sexo ou a jogatina. Mas o vício socialmente mais aceito hoje certamente é o da comida”, diz Kessler. Afinal, vivemos em busca do prazer — cientificamente falando. Para se livrar de tal vício, que, em diferentes graus, atinge 85% da população mundial, só passando por um programa que o pesquisador chama de reabilitação alimentar.


FOOD REHAB

Nem pense na dieta da sopa, da Lua, dos carboidratos. Dieta não funciona. “Pode até fazer você perder alguns quilos mas, se depois você retornar ao seu antigo ambiente, seu cérebro volta a disparar o ciclo vicioso e você irá engordar de novo”, diz Kessler. Ele só acredita em uma saída: reprogramar a mente. “Precisamos estabelecer novos circuitos em cima dos antigos, aqueles que são ativados em resposta aos alimentos ricos em gordura, sal e açúcar”, diz. Um dos exercícios para chegar lá é olhar a comida engordativa não como algo saboroso, que trará recompensas. Mas pensar que, a médio prazo, aquele prato fará você se sentir mal, ganhar peso e até ter problemas de saúde. Nada fácil.

Assim como vale mudar o caminho de casa para o trabalho para evitar a lembrança ou um cheirinho tentador, é cauteloso não entrar na cozinha ao chegar em casa. Quando você passa longe das tentações, corta o ciclo de vício pela raiz. Por mais que você pense em um hambúrguer delicioso, se ele não está por perto e não há a menor chance de comê-lo, seu cérebro já não libera tanta dopamina. Logo, você não fica tão fissurado pelo sanduíche. O neurologista da Universidade McGill, no Canadá, Alain Dagher, comprovou isso em fumantes. Ao escanear o cérebro de voluntários, percebeu que os que haviam sido avisados de que receberiam cigarros ao final da sessão liberaram mais dopamina do que aqueles que sabiam que teriam que ficar sem fumar por mais 4 horas depois dela. O segredo, então, é dificultar o acesso às comidas gordas.

Repetir o cardápio todo dia também reduziria a fissura. Em abril, o professor de medicina preventiva da Universidade de Buffalo, Nova York, Leonard Epstein, publicou um estudo que demonstra que monotonia na mesa pode ajudar a perder peso. No experimento, mulheres cumpriam tarefas, como fazer uma palavra cruzada, e eram recompensadas com docinho e um pedaço de queijo. Foram cinco testes com dois grupos. Com o passar das sessões, observou-se que as voluntárias que iam semanalmente ao laboratório continuaram empenhadas em ganhar o queijo e o doce, mas as que frequentavam o local diariamente diminuíram seu desejo. “Elas se habituaram aos sabores e isso reduziu a motivação para comer”, diz Epstein. A tática pode funcionar para qualquer um que queira perder peso. Para não tornar as refeições um tédio, o pesquisador recomenda diminuir a variedade de alimentos ricos em gordura, sal e açúcar e, ao mesmo tempo, aumentar a de vegetais, laticínios e grãos — capazes de nos fazer parar de comer antes.


O PARADOXO DA GORDURA

Não adianta contar o número de calorias de um prato. Ingredientes mais calóricos podem, no fim das contas, fazer você emagrecer. É o que demonstra um longo estudo da Universidade de Harvard. Ao longo de 20 anos, os pesquisadores acompanharam os hábitos alimentares e o peso de mais de 120 mil norte-americanos saudáveis e não-obesos. O resultado do estudo, publicado em junho, comprova a tese, repetida pelos nutricionistas: grãos e massas integrais, castanhas e iogurtes nos fazem comer menos porque são eficientes em mandar para o cérebro os sinais de saciedade: sensores em nosso estômago e intestino informam à nossa cabeça os níveis de nutrientes já ingeridos e o quanto nossos órgãos digestivos já estão cheios. A gordura entraria nessa categoria de nos satisfazer rapidamente, exceto pelo fato de que ela demora demais a enviar à nossa cabeça a mensagem de que já nos alimentamos o suficiente. Nesse meio tempo, continuamos a comer. É o chamado paradoxo da gordura: ela sacia mas, ainda assim, nos faz comer mais.

A descoberta dos pesquisadores americanos e italianos sobre a liberação no intestino de endocanabinoides pode ajudar a entender essa contradição. Afinal, especulam os cientistas, esses químicos similares aos da maconha são os que prejudicam o envio dos sinais de saciedade ao cérebro. A nova pesquisa também abre perspectivas para a criação de remédios que bloqueiem essas substâncias e, assim, nos façam comer menos. “Foi a primeira vez que um estudo mostrou que é possível inibir os endocanabinoides no intestino, ou seja fora do cérebro, eliminando possíveis efeitos colaterais psíquicos”, afirma DiPatrizio. A hipótese foi testada em ratos, mas ainda está longe de fazer você poder se esbaldar na comilança sem se preocupar com os quilos extras.

Enquanto gordura, sal e açúcar ainda deixam você na fissura, o melhor é investir no programa de reabilitação alimentar. Resista à tentação das comidas supergordas e incrivelmente sedutoras e aposte nos pratos que vão deixá-lo satisfeito por mais tempo. Grãos integrais e alimentos cheios de fibras, como frutas e legumes, farão você passar mais horas sem comer após uma refeição. Sim, não é fácil ir contra nossa tendência natural a ter cabeça de gordo. De vez em quando você terá recaídas. Mas, aos poucos, pode conseguir reprogramar sua mente. E verá que nada garante tantos quilos a menos como ter uma cabeça de magro.


OS MOCINHOS
1. CASTANHAS > Apesar de calóricas e gordurosas, podem levar à perda de peso. Além de gerar saciedade mais rapidamente, pouco se sabe sobre o fenômeno. Mas cientistas afirmam que esta é a prova de que o teor de gordura não é o único que se deve considerar na escolha de um alimento.
2. PÃES E GRÃOS INTEGRAIS > Entram na categoria dos alimentos minimamente processados que deixam o trabalho completo da digestão para o seu corpo. Como o serviço leva tempo, garante uma trégua para sua cabeça não pensar em comida.
3. IOGURTE > Esse é o herói do emagrecimento — sim, mais do que vegetais e grãos integrais —, pois ajuda a povoar nosso organismo com bactérias benignas. Cientistas acreditam que quando se tem poucas bactérias benignas no corpo, se engorda (não por acaso, bovinos são tratados com antibióticos para ganhar peso).

NEM BOM, NEM RUIM
1 E 2. QUEIJO E MANTEIGA > Não se esforce para consumir apenas as versões light. Elas não fazem você ser mais magro do que alguém que se esbalda com as versões integrais. Uma fatia gorda de parmesão pode deixar você mais saciado que cottage. E fazê-lo comer menos.
3. VEGETAIS > Frutas e legumes não estão relacionados com perda ou ganho de peso. Mas podem ser uma boa se ocuparem o lugar daqueles alimentos supercalóricos.
4. LEITE > O leite é uma exceção entre as bebidas. Apesar de o cérebro normalmente não encará-las como fonte de caloria, nesse caso, a gordura e a proteína podem deixar você satisfeito antes. Proteínas são o grupo de alimentos que mais saciam.

OS VILÕES
1. BEBIDAS ADOÇADAS > Nosso corpo não interpreta as calorias dos líquidos como faz com os alimentos sólidos. Sucos, refrescos e refrigerantes saciam pouco e nos fazem comer mais. Quando há adição de açúcar, costuma ser em exagero.
2. GRÃOS REFINADOS > Pão e arroz branco logo viram glicose na digestão. Assim, há pouca diferença entre eles e uma tigela de açúcar puro.
3. BATATAS > São as piores. Rapidamente digeridas, viram glicose. As fritas são ainda mais viciantes, por causa da gordura e pela textura crocante por fora e macia por dentro, que ativam os circuitos de prazer.
4. CARNES > Evite até o fim as processadas (como hambúrgueres e salsichas) . Além da adição de gordura e açúcar, é como se a indústria já fizesse metade da digestão por nós. Macias e desmanchando na boca, só estimulam a comilança.
5. DOCES > Supercalórico, o açúcar é processado pelo corpo em tempo recorde e não deixa você satisfeito. É um dos ingredientes que dispara nosso sistema de vício no cérebro. Misturado à gordura (como em sorvetes) esse efeito é agravado.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Dieta do Cubo de Gelo e "Comer Vapor" - Novidades

Procurando uma nova maneira de emagrecer? Por que não tentar gelo?

Mas não qualquer gelo. Estamos falando de cubos de gelo cheios de “Hoodia”, uma planta cultivada pelos bosquímanos, uma tribo que vive no Deserto do Kalahari, e que limita o apetite.

Aproximadamente 25% das nossas calorias são consumidas através de lanches e alimentos apetitosos que não precisaríamos realmente comer.

Os fabricantes dos cubos de gelo dietéticos cultivam e colhem as plantas Hoodia Gordonii em Israel. Eles cortam as plantas e as colocam em uma mistura de suco de limão e lima.

Você compra, congela essa mistura e derrete um cubo de gelo em sua boca por dia. O cubo libera P-57 em sua corrente sanguínea, substância que sinaliza ao cérebro que você está cheio e satisfeito.

Essa sensação de saciedade diminui os desejos que nos levam a ultrapassar nossa contagem de calorias diárias.

Muitas vezes os humanos usam a comida como desculpa ou escapatória. Comemos quando estamos tristes, ansiosos, felizes, chateados, nervosos… Você não está com tanta fome, mas o impulso é grande.

Com o cubo de gelo, a fome nunca está lá, nem o impulso, e você faz melhores escolhas. Os alimentos se tornam menos importantes. Para o cidadão médio, é a melhor coisa: você nunca vai pensar “só mais um pouco”, “não faz mal”, “posso pegar a porção maior já que vou comer mesmo”, porque a vontade não está lá. Nada mal, hein?

Se quiser saber mais sobre a dieta do cubo de gelo, consulte “icecubediet.com” (site em inglês).


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Cientistas finalmente arranjaram uma forma de você poder saborear uma barra de chocolate sem engordar nem um pouquinho: vapores de alimentos. Literalmente, em vez de você comer seu prato preferido, você pode inalar seu vapor e sentir seu sabor.

O aparelho que possibilita isso foi inventado por um cientista de Harvard, mas é na França que existem dois “Le Whafs”, restaurantes que oferecem o vapor. Ele vem de um líquido especialmente preparado, com o sabor dos alimentos. A máquina faz com que esse líquido vire uma nuvem de vapor, contida em uma grande redoma de vidro.

Calcula-se que “cheirar” o vapor do “Le Whaf” por dez minutos fazem com que você ganhe apenas 200 calorias, o que equivale a duas barrinhas de cereal.

David Edwards, o professor de Harvard que inventou o aparato, acredita que ele representa uma forma futurista de comer.

Algum leitor aí seria adepto dessa nova forma de dieta?

Cérebro Magrinho!!

Os alimentos altamente calóricos olham para você como se estivessem te chamando? Se os chocolates dizem “coma-me” e você não resiste, saiba que é possível controlar seu cérebro para trocá-los por saladas e alimentos saudáveis.

Isso porque não há uma razão biológica para a maioria de nós preferirmos sorvete a brócolis. A razão disso é o instinto, e lutar contra ele é o maior desafio.

Esse tal instinto – inimigo das dietas – é do tempo das cavernas, literalmente. Na maior parte da história humana, as pessoas não tinham alimentos o suficiente. Por isso a procura por gordura e alimentos altamente calóricos era grande – tudo pela sobrevivência.

Agora, as opções de alimentos são variadas e facilmente adquiridas. Mesmo assim, o cérebro tende a buscar alimentos ricos em calorias sempre que eles estão por perto, para evitar morrer de fome como no passado.

Isso ajuda a explicar porque aquele bolo de chocolate é tão irresistível, ou porque você dá aquela paradinha na loja de doces, mesmo sabendo que precisa seguir a dieta.

Analogamente, é uma situação como a de um dependente químico que se viu livre do vício ao passar por uma clínica de reabilitação, mas que não pode ver a droga pouco tempo depois ou pode cair na tentação novamente.

Pesquisas no Japão também sugerem que os desejos são influenciados pelo ambiente, como mulheres japonesas viciadas em sushi. O desejo por algum tipo de alimento é influenciado também por tradições alimentares e culturais.

Mas até os chocólatras podem trocar o chocolate pelas frutas. Quando uma pessoa desiste de alimentos que costumava desejar e consegue perder peso por isso, psicologicamente esse alimento fica associado negativamente.

Confira abaixo três passos para trocar os alimentos gordurosos pelos saudáveis:

Limpe seus armários: gosta muito de chocolate e está engordando por causa disso? Retire todos os indícios dele de sua casa – desde os bombons até os cookies. A tigela que costumava receber doces pode receber agora bolinhas de gude, ou quem sabe flores para a decoração.
Transporte alimentos saudáveis: leve maçãs ou a fruta de sua preferência na bolsa. Barrinhas de cereais também são boas pedidas. Assim, quando bater aquela fome e você não estiver em casa, poderá continuar seguindo a dieta saudável.
Alimentos pouco saudáveis? Só no meio da refeição. Nas primeiras duas semanas da dieta, o ideal é que se evite comer alimentos pouco saudáveis, para se desprender do desejo. Depois disso, é possível comer até 100 calorias daquela comida no meio da refeição.

É a “técnica do sanduíche”. Se você come chocolate no início de uma refeição, quando você estiver com muita fome, por exemplo, seu cérebro vai associar o chocolate com a sensação de saciedade e felicidade. Se você ingere o doce no final, o cérebro vai se lembrar de como ele foi delicioso da última vez que você provou. Por isso, quando bater a vontade de chocolate, prefira ingerir no meio da refeição

Potássio e Ferro

Muitas pessoas já sabiam que consumir bastante sal faz mal para a saúde. Agora, pesquisadores americanos descobriram que comer muito sal e pouco potássio pode ser uma combinação fatal: aumenta o risco de morte prematura.

As descobertas são um contraponto a um estudo muito debatido divulgado recentemente que não encontrou nenhuma evidência de que fazer pequenos cortes na ingestão de sal diminui o risco de doenças cardíacas e morte prematura.

A maioria dos especialistas ainda acredita que sal faz mal para as pessoas. O principal argumento é que cortar a ingestão de sal pode reduzir a pressão arterial elevada, que aumenta o risco de ataques cardíacos e derrames.

O problema é que o consumo de sal tem aumentado desde 1970, com os americanos ingerindo cerca de duas vezes o limite diário recomendado.

O novo estudo é um dos melhores sobre os efeitos a longo prazo de comer muito sal. É inteiramente consistente com o que especialistas têm dito sobre a ingestão de sódio.

Os pesquisadores analisaram os efeitos da ingestão de sódio e potássio como parte de um estudo de 15 anos com mais de 12.000 pessoas. Até o final do período de estudo, 2.270 participantes tinham morrido; 825 dessas mortes foram por doenças do coração e 433 por coágulos sanguíneos e derrames.

Os resultados mostraram que pessoas que tiveram uma elevada ingestão de sal e uma baixa ingestão de potássio estavam em mais risco – 50% maior de morte por qualquer causa, e cerca de duas vezes mais risco de morte – ou um aumento de 200% – por ataque cardíaco.

Segundo os pesquisadores, os consumidores precisam aumentar os níveis de potássio em sua dieta, adicionando mais porções de frutas e verduras frescas, como espinafre, uva, cenoura, batata doce e leite e iogurte de baixo teor de gordura.

Também, cerca de 90% dos americanos consomem mais sódio do que é recomendado, o que impacta sua pressão arterial. A maioria desse sódio não está relacionada com o saleiro que você joga por cima da sua comida, mas está nos alimentos processados e de restaurante que nós compramos e pedimos. De fato, os consumidores, mesmo os mais motivados, não têm tanta escolha quanto seria ideal.

O potássio muitas vezes neutraliza os efeitos do sal na dieta. Este equilíbrio é afetado quando as pessoas comem alimentos altamente processados, que tendem a aumentar os níveis de sódio e diminuir o conteúdo de potássio.

Os cientistas explicam que, se o sódio aumenta a sua pressão arterial, o potássio a diminui. Se o sódio retém água, o potássio ajuda você a se livrar dela. Ou seja, em vez de focar apenas no sal, o ideal seria que os pesquisadores se concentrassem no equilíbrio entre potássio e sal.

A luta agora é para fazer as duas coisas: diminuir a ingestão de sódio e aumentar a ingestão de potássio da população.

Um dos principais nutrientes para o nosso desenvolvimento e crescimento é o ferro. Contudo, uma pesquisa recente constatou que 55% das crianças brasileiras sofrem de anemia por carência do mineral, o que facilita o aparecimento de doenças virais e bacterianas. Além disto, a falta de ferro pode comprometer o aprendizado infantil, levando a uma maior dificuldade de concentração, e reduzir o desempenho para prática de exercícios físicos, devido a fraqueza, fadiga, tonturas e falta de ar.

De acordo com a endocrinologista Vivian Estefan , Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, alguns cuidados na seleção de alimentos que fazem parte das refeições ajudam a evitar combinações que reduzem tanto a absorção do ferro pelo organismo. Confira as dicas:

• O cálcio diminui a absorção de ferro, por isso evite consumir leite e derivados nas duas maiores refeições (almoço e jantar), prefira-os sempre no café da manhã e lanches.

• Procure ingerir no almoço e jantar alimentos ricos em ferro, como carnes, aves, peixes, leguminosas (lentilha, feijão, grão de bico) e verduras de cor verde-escuro (brócolis, espinafre, couve, agrião).

• Evite consumir café, mate, chá preto e refrigerantes durante as principais refeições do dia.

• Frutas ricas em vitamina C (laranja, mexerica, abacaxi, açaí, por exemplo), auxiliam a absorção do mineral e, portanto, devem ser consumidas no almoço e jantar.

• Evite doces antes e depois das refeições.

• Não consuma simultaneamente ovos e carnes, isso dificulta a absorção do ferro.

• Vísceras de frango e carne bovina, especialmente fígado, contêm grande quantidade de ferro.

Alimentos que contém grande quantidade desse mineral são essenciais para evitar doenças e manter uma aparência bonita e jovial. Os alimentos de origem animal são os mais ricos nesse tipo de nutriente, como é o caso do fígado, carnes de uma maneira geral e a gema de ovo. O ferro também está presente nos vegetais, porém, em quantidade menor e de absorção mais difícil, destacando-se o feijão, nozes, folhas verdes e cereais integrais.

Porém, nada de exagerar na dose! "Não adianta encher o prato de alimentos com alto teor de ferro se não houver certos cuidados para facilitar a sua absorção. A maneira mais correta é ingerir, juntamente à refeição, sucos de frutas cítricas (laranja, limão etc), pois a vitamina C, por ser um componente ácido, auxilia a absorção do mineral. Por outro lado, deve-se evitar a ingestão de chás (exceto os herbais) e medicamentos antiácidos dentro das duas horas após a refeição", explica a médica nutróloga, cosmiatra e professora de Sociedade Brasileira de Medicina Estética, Mercedes Granja.

Vale lembrar que a falta desse nutriente produz uma doença já muito conhecida por todos: a anemia. "Para prevenir a falta de ferro e as doenças conseqüentes, nada melhor que alimentar-se de maneira balanceada e consultar regularmente um médico. Só ele tem condições de pesquisar outras causas de perda crônica do mineral, como sangramentos do trato digestivo e urinário que cursam silenciosamente (varizes esofágicas, pólipos intestinais, hemorróidas, doenças renais etc)", finaliza a Dra. Granja

Dietas - Discutindo alguns tópicos

Quando pulamos uma refeição ou comemos muito pouco para tentar emagrecer, o efeito pode acabar sendo contrário ao desejado. Depois disso, geralmente sentimos mais fome. Mais tarde, podemos acabar comendo um pouco mais… ou até muito mais do que comeríamos normalmente.

Mas existe uma forma de emagrecer e não sentir uma fome voraz depois das refeições, o que pode colocar tudo a perder. Um novo estudo indica que se você almoçar comendo porções controladas de alimentos, pode perder até 11 quilos em um ano.

Pesquisadores monitoraram a dieta diária de 17 voluntários. Eles forneceram um buffet para que os participantes pudessem comer o que quisessem no almoço por uma semana.

No almoço das duas semanas seguintes, metade do grupo teve que escolher apenas uma das seis opções disponíveis no buffet, que eram porções controladas de alimentos, como um prato de macarrão ou de sopa. Eles foram liberados para comer o quanto quisessem nas outras refeições. A outra metade dos participantes do estudo continuaram a comer o que e quanto quisessem do buffet em todas as refeições.

O estudo mostrou que os participantes que comeram porções controladas nos almoços consumiram 250 calorias a menos por dia, e perderam uma média de meio quilo durante as duas semanas.

Ou seja, comer porções controladas nas refeições é uma maneira simples e de baixo custo para reduzir o número de calorias. Em um ano, essa dieta resultaria na perda de pelo menos 11 quilos.

Se você não conseguir comer porções controladas em todos os almoços, fazer isso em alguns dias da semana já ajuda a reduzir o ganho de massa.

Já comeu um saco inteiro de salgadinhos quando você não estava nem mesmo com fome? Você não é o único; é apenas mais uma das milhões de vítimas do “comer sem sentido”.

Essa expressão cunhada pelo psicólogo de alimentos Brian Wansink, da Universidade Cornell, em Nova York, EUA, descreve hábitos alimentares subconscientes que podem levar ao ganho de peso desnecessário.

A boa notícia, segundo Brian, é que você pode transformar o seu comer sem sentido em comer, mesmo descuidadamente, melhor – e talvez até mesmo perder peso – simplesmente fazendo pequenas mudanças, como comer em pratos menores.

Brian diz que um grande problema, pelo menos nos EUA, é que os olhos das pessoas são maiores do que seus estômagos. E isso, de fato, é verdade para muita gente.

Por exemplo, culturalmente falando, o psicólogo entrevistou 150 pessoas em Paris, França, para descobrir como elas sabiam que estavam satisfeitas com o jantar. Elas responderam: “quando estamos cheias”. A mesma pergunta foi feita a 150 pessoas de Chicago, EUA, e elas disseram: “quando o prato está vazio”.

Outros experimentos sugerem que o tamanho da porção ou do prato influenciam o quanto comemos. Em um dos testes, 168 espectadores de um filme que tinham acabado de jantar receberam pipoca em recipientes de tamanho diferentes.

As pessoas comeram 34% a 45% mais pipoca se ela fosse servida na “porção extragrande” (aquela caixa enorme de pipoca) do que em pacotes de dimensões regulares.

Em outro teste, Brian descobriu que as pessoas bebiam mais líquidos (cerca de 37% mais) caso fossem servidos em copos gordos e baixos, do que em copos magros e altos com o mesmo volume. “Não confie em seu estômago para lhe dizer quando você está cheio. Ele pode mentir”, diz Wansink.

Para combater o comer sem sentido, livre-se das coisas em seu ambiente imediato que estão gritando para você comer demais.

Algumas sugestões incluem comer em pratos menores, ao invés de pratos maiores e fundos. Também, mantenha os doces fora de vista e passe os alimentos mais saudáveis ao nível dos olhos, tanto no armário quanto na geladeira. Outra ideia é comer na cozinha ou na sala de jantar, em vez de na frente da TV, onde é provável que você perca a noção do quanto já comeu.

Jean Kristeller, professora de psicologia, diz que, embora seja verdade que muitos de nós são comedores descuidados, podemos treinar melhor nossa noção do quanto estamos cheios.

Ela sugere que as pessoas comecem com uma técnica simples: se sirva um copo de água; beba metade e concentre-se no que você sente em seu estômago; em seguida, beba a outra metade. “As pessoas notam uma diferença imediata. A água se estende no estômago e você se sente satisfeito”, diz Kristelle