domingo, 16 de maio de 2010

Remédio para Esquecer

Sim, a Amnésia é Voluntária - Sempre quis que a idéia do filme Brilho Eterno de uma mente sem lembranças fosse real...

O que você acha de esquecer todo o passado como num passe de mágicas? Fim de relacionamento, perdas traumáticas, aquele vexame que insiste em se fazer presente...todos poderão se tornar inexistentes no cérebro. Se pensa que estamos falando de algum novo filme ou um algum conto da carochinha, sinta-se aliviado: a ciência já está pesquisando formas de atingir a tão sonhada amnésia voluntária.

Um medicamento usualmente usado para o tratamento de hipertensão pode significar um avanço para o estresse pós-traumático. O propranolol, substância que tem efeito sobre a adrenalina, poderia amenizar a dor não só de um trauma recente, como os que estão armazenados na memória há anos. O comunicado foi anunciado pela rede americana ABC News. As pesquisas estão em estado inicial, mas são promissoras.

Logicamente, a ciência espera utilizar este remédio para a cura de choques intensos, que desequilibram a estabilidade emocional e psíquica das pessoas, e não apenas término de namoro. Os cientistas esperam que a combinação do medicamento com psiquiatria faça com que aos poucos o paciente perca o trauma. A idéia dos pesquisadores é rearmazenar as informações no cérebro com a ajuda da droga, causando assim uma reordenação mental que atenua o sofrimento ocasionado por uma lembrança de forte impacto negativo. Testes realizados em universidades americanas, utilizando ratos como cobaias, surtiram efeito esperado pelos médicos.

O avanço das pesquisas não produzem só comemorações, mas trazem questionamentos éticos que provocam a comunidade científica. A personalidade de uma pessoa não é composta pelas experiências vividas? A adoção de tal terapia não alteraria a vida do indivíduo? Alguns pesquisadores acreditam que sim; já muitos profissionais da Psiquiatria defendem o uso do futuro remédio, por afirmar que a personalidade do paciente não será afetada pela perda da memória induzida.

Soldados americanos que voltaram da Guerra do Iraque e de outros conflitos militares poderão ser beneficiados caso o tratamento seja aprovado. O Exército americano estima que um em cada oito soldados saídos do conflito no Iraque sofre de estresse pós-traumático. Os sintomas são flashes de memória, pesadelos, irritabilidade, problemas com a concentração e sono. Muitas vezes o doente não consegue voltar a sua rotina normal, comprometendo seu bem-estar emocional e até mesmo físico. Daí a torcida para que as pesquisas consigam mostrar a eficácia do tratamento - e romper os entraves éticos.

Os estudos ainda são insipientes, apesar de promissores. No Brasil, não há nenhum tratamento específico para o distúrbio. A idéia de apagar os traumas tem trazido empolgação entre neurocientistas e psicólogos, mas muitos ressalvam as particularidades que levariam alguém a se submeter à droga. Só participaria do programa pessoas que sofreram profundos trauma, e seriam incapazes de vencer o sofrimento. Para os que se animaram em viver apagando lembranças desagradáveis uma dica: podem começar a esquecer esta idéia...

________________________________________________________________________________

Um estudo holandês feito na Universidade de Amsterdam sugere que um remédio usado para o tratamento de hipertensão pode ser usado para amenizar memórias relacionadas ao medo. Segundo informa a BBC, os pesquisadores afirmam que as lembranças podem ser modificadas depois de tomado um medicamento beta-bloqueador chamado propanolol, usado na prevenção de doenças cardíacas.

Eles explicam que estudos em animais já haviam demonstrado que memórias relacionadas à sensação de medo poderiam ser alteradas quando evocadas - um processo conhecido como reconsolidação.

Para testar se o mesmo poderia acontecer com humanos, os pesquisadores reuniram um grupo de 60 pessoas e mostraram aos voluntários fotografias de uma aranha. Ao mostrar a imagem aos voluntários, os cientistas aplicavam um pequeno choque elétrico para condicionar os participantes a criarem uma associação entre a foto e uma sensação dolorosa, ou de medo.

Depois do teste, alguns participantes tomaram uma dose de propranolol, enquanto outros receberam apenas placebo. No dia seguinte ao teste, os cientistas mostraram novamente as imagens aos voluntários. Segundo os resultados, publicados na edição dessa semana da revista científica Nature Neuroscience, os participantes do grupo que ingeriu o propranolol reagiram de maneira mais tranquila quando expostos novamente às fotografias.

Segundo os cientistas, alguns dos participantes que tomaram o beta-bloqueador tiveram a memória relacionada ao medo de receber o choque totalmente eliminada.

"As pessoas não esqueceram que tinham visto a fotografia da aranha. Mas o medo associado à imagem foi apagado", disse Merel Kindt, que coordenou o estudo.

De acordo com os pesquisadores, é possível que o propranolol atue no modo como as memórias dolorosas são armazenadas. Segundo eles, o beta-bloqueador poderia interagir com substâncias químicas no cérebro, bloqueando a reconsolidação do componente emocional da memória, e deixando o restante da lembrança intacta.

O estudo sugere que o tratamento poderia ser usado em pacientes com distúrbios de ansiedade e que sofreram algum trauma. Segundo os pesquisadores, o próximo passo seria testar o tratamento nestes pacientes e analisar por quanto tempo o beta-bloqueador seria capaz de amenizar a memória dolorosa.

_______________________________________________________________________________

Leia também em: http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2007/03/20/294999642.asp

Isso vai me salvar....

Nenhum comentário:

Postar um comentário