sexta-feira, 15 de julho de 2011

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Hormônio que combate a fome

A leptina, um hormônio que extingue a sensação de fome entre pessoas com boa saúde, poderá ser eficaz para os obesos, segundo pesquisa realizada com cobaias e que teve os resultados publicados nesta terça-feira (6).

A descoberta desse hormônio, há cerca de dez anos, havia gerado grandes esperanças na luta contra o excesso de peso e a obesidade. O hormônio regula as reservas de gorduras no organismo.

Mas a euforia durou pouco --até os cientistas descobrirem que a leptina era ineficaz entre os obesos devido a uma resistência a seus efeitos.

"A maior parte dos humanos obesos são resistentes à leptina, uma vez que seu cérebro bloqueia seus efeitos", destaca o pesquisador Umut Ozcan, da faculdade de medicina da Universidade Harvard, um dos autores do estudo divulgado no jornal "Cell Metabolism".

Mas, quando ele e sua equipe trataram ratos obesos, submetidos a uma dieta rica em gorduras, com um ou outro medicamento --os chamados Buphenyl (4-PBA) e ácido tauroursodesoxicólico (TUDCA), esses animais viram sua sensibilidade aos efeitos da leptina se multiplicarem por dez.

Todos os ratos, então, perderam peso, mesmo se continuassem a ingerir alimentos ricos em gordura, afirmam os cientistas.

"Se o experimento com os ratos der certo com os seres humanos, há possibilidade de tratamento da obesidade", afirmou Ozcan.

O Buphenyl é prescrito para tratar disfunções do fígado e a fibrose cística.

O TUDCA é usado há séculos na medicina chinesa tradicional e aplicado para curar doenças hepáticas.


Cortar Calorias

Quem está disposto a emagrecer enfrenta uma dificuldade antes mesmo de mudar de hábitos alimentares – como escolher a melhor dieta? Há inúmeras opções entre regimes supostamente milagrosos que aparecem e somem a cada estação. A resposta para essa questão está numa pesquisa coordenada por especialistas da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard, recém-publicada no The New England Journal of Medicine. O estudo conclui que não vale a pena quebrar a cabeça para escolher quais os alimentos que devem ser colocados no prato e de quais se deve manter distância – o fator determinante para a perda de peso é a redução de calorias. Os pesquisadores acompanharam, ao longo de dois anos, 811 homens e mulheres obesos ou com peso acima do desejável com idade entre 30 e 70 anos. Os participantes foram divididos em quatro grupos – cada um deles seguiu um tipo de dieta com diferentes porcentuais de gorduras, proteínas e carboidratos. Todas as dietas, obviamente, prescreviam uma quantidade de calorias inferior ao consumo diário dos participantes. Apesar dos perfis diferentes entre as dietas, ao final do estudo, a perda de peso foi de 4 quilos, em média, para os participantes de todos os grupos (veja o quadro). "O ponteiro da balança recompensa quem consome menos calorias, a despeito do tipo de dieta que siga", diz o endocrinologista Walmir Coutinho, vice-presidente da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade.

O estudo americano é o maior já feito comparando-se dietas alimentares. Outro dado interessante que figura em suas conclusões é que o sucesso das dietas é diretamente proporcional aos estímulos externos que se recebem. Os participantes da pesquisa que frequentaram mais assiduamente as reuniões com os outros voluntários e com os médicos obtiveram melhores resultados. O debate em torno das dietas não é recente. Há pelo menos quatro décadas, médicos e gordinhos tentam encontrar o cardápio mais eficaz na luta contra os quilos em excesso. Não é para menos. Basta atentar para o fato de que metade das mulheres e um quarto dos homens brasileiros estão, neste momento, sob algum tipo de restrição alimentar visando à perda de peso.



Mecanismo que controla o ganho de peso

Cientistas americanos descobriram um mecanismo molecular que controla o consumo de energia nos músculos e que permitiria regular o peso, segundo trabalhos efetuados com cobaias e divulgados nesta terça-feira.

Os autores deste estudo publicado na Cell Metabolism estimam que a descoberta poderá desembocar num novo enfoque clínico do tratamento do excesso de peso e da obesidade, que afetam um terço da população adulta dos Estados Unidos.

Esse mecanismo leva o organismo a armazenar calorias e contribui, portanto, com o aumento do peso. Experiências precedentes em animais haviam mostrado que indivíduos desprovidos desse mecanismo de armazenamento queimavam mais calorias e estavam menos expostos ao sobrepeso. Portanto, neutralizar esse mecanismo obriga o organismo a utilizar mais energia e a limitar o aumento de peso.

O mecanismo está controlado por canais potássicos sensíveis à molécula denominada ATP (adenosina trifosfato), explicam os cientistas. Esses canais ou KATP participam de numerosas funções biológicas, entre elas a transmissão do influxo nervoso, enquanto que a ATP fornece em todos os organismos vivos a energia necessária para as reações químicas das células.



Gene da Gordura

Um grupo de cientistas austríacos conseguiu identificar o gene responsável pela criação do tecido adiposo e conseguiu regular seu funcionamento em ratos de laboratório. Esse é considerado um passo importante na luta contra a obesidade. A pesquisa dos cientistas do Instituto de Biotecnologia Molecular de Viena, publicada esta semana na revista especializada americana Cell, se baseia na descoberta das funções guardadas no gene "Hedgehog".

De tal gene, parecido em roedores e humanos, se sabia que era responsável por funções importantes na fase embrionária, e agora os cientistas descobriram que na idade adulta é o encarregado de regular o metabolismo dos lipídios.

O tecido adiposo é essencial tanto para controlar o balanço energético (gordura branca) como para regular a temperatura corporal perante o frio (gordura marrom). Os pesquisadores austríacos conseguiram reduzir graças a esta descoberta a produção de gordura branca em roedores, aquela encarregada de manter as reservas de energia e produzir sobrepeso quando a ingestão de calorias é excessiva.

"Quase todos os reguladores da gordura influíam no tecido branco e no marrom da mesma forma. Com o "Hedgehog" se conseguiu pela primeira vez reduzir de forma concreta apenas a gordura branca", explicou o pesquisador Andrew Pospisilik, que não duvida em qualificar a descoberta como uma "sensação".

Os pesquisadores conseguiram regular com sucesso e sem mudanças hormonais o gene "Hedgehog" para reduzir a criação de células adiposas de tipo branco, enquanto as marrons eram geradas com normalidade.

"Transformar a energia dos alimentos em calor corporal em vez de depósitos de gordura é uma ideia atrativa justamente nesta época (de frio)", disseram os cientistas em comunicado para divulgar a descoberta.

Os resultados com roedores gêmeos mostraram um deles visivelmente mais magro, e com pouca gordura branca. "Os ratos adultos (que foram tratados) são claramente mais magros e estão completamente saudáveis", destacaram.

Os cientistas destacaram as enormes possibilidades médicas desta descoberta já que cerca de um bilhão de pessoas sofre de sobrepeso e um terço delas é considerada obeso.



Enzima do Emagrecimento

Um grupo de pesquisadores descobriu que a reação de um composto químico com uma enzima presente no corpo dos ratos faz com que o organismo imediatamente comece a consumir mais gorduras, segundo artigo publicado hoje pela revista "Cell Metabolism".

A enzima é denominada Fyn e controla, indiretamente, a atividade que os pesquisadores descrevem como "o comutador mestre de energia".

"Quando há um desequilíbrio entre o que comemos e o que gastamos" o resultado é o excesso de peso e a obesidade, disse Claire Bastie, da Faculdade Albert Einstein de Medicina e Neurociências de Nova York.

"E o problema da obesidade não desaparecerá por si só. Este é um mecanismo para ajudar o corpo a queimar energia adicional", acrescentou.

A equipe de Bastie já tinha demonstrado que os ratos que necessitam totalmente da enzima Fyn queimam mais ácidos graxos e gastam mais energia - portanto, ficam mais magros. Esses roedores também apresentaram outros benefícios metabólicos, inclusive uma maior sensibilidade à insulina.

Estas constatações foram resultado dos níveis mais altos do ativador principal de energia AMPK nos tecidos adiposo e muscular.

As conclusões indicavam que a enzima podia oferecer uma oportunidade para um novo tipo de remédio destinado à perda de peso.

Agora os pesquisadores conseguiram um argumento adicional para a ideia de que a inibição química da enzima Fyn com um composto experimental conhecido como SU6656 tem de fato consideráveis benefícios metabólicos para os ratos.

Em última instância, os animais parecem se tornar mais aptos fisicamente, pois perdem gordura e se mantêm magros.

Em seu artigo, os pesquisadores dão detalhes de como exatamente trabalha a enzima Fyn: ela atua sobre outro componente do mecanismo da energia, o qual conduz a mudanças nos níveis de AMPK.

Bastie disse que o composto SU6656 não é o candidato ideal para os testes clínicos com humanos porque tanto a enzima Fyn como o AMPK têm efeitos sobre o cérebro, além da gordura e do músculo.

Os cientistas deverão encontrar, agora, um composto que afete somente os atores moleculares desejados.

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