quarta-feira, 30 de março de 2011

Comida e Emoção e Rotina

Algumas pessoas, quando se sentem sozinhas ou tristes, têm o costume de comer refeições que ofereçam algum tipo de alívio. Normalmente essas escolhas são calóricas e pouco saudáveis, mas enquanto elas podem causar danos ao corpo, ajudam a saúde mental.

Uma pesquisa buscou determinar se a comida podia combater a solidão, assim como ver fotos de pessoas queridas ou assistir seriados e filmes favoritos pode ajudar as pessoas a se sentirem melhor. Para analisar esses efeitos, os cientistas desenvolveram um experimento em que pediam aos participantes que escrevessem durante seis minutos durante uma briga com alguém. O objetivo era que essa atividade fizesse eles se sentirem solitários. Um grupo controle recebeu instruções para escrever sobre algo neutro, que não causaria emoções.

Após essa atividade, os participantes escreveram sobre um tipo de comida que fizesse eles se sentirem melhor. Os cientistas observaram que quando o relacionamento entre o participante e a pessoa com quem ele havia brigado era estável, escrever sobre uma comida favorita fez com que a pessoa se sentisse menos sozinha.

Muitas pessoas escreveram sobre a experiência de comer com pessoas queridas, o que levou os pesquisadores a concluírem que “as pessoas têm a capacidade de criar uma ‘comida de conforto’ para elas mesmas ao fazer com que ela seja algo consistentemente associado às pessoas próximas a elas”, diz Jordan Troisi, parte da equipe que realizou a pesquisa. “Nas vidas cotidianas de todo mundo, (as pessoas) sofrem estresse, frequentemente associado às nossas conexões com outros. (A comida) é quase um recurso pronto para remediar a sensação de solidão”, Troisi completa.

Checar e-mails enquanto almoça? Comer assistindo televisão? Você pode acabar comendo mais do que imagina.

Pesquisadores fizeram com que 22 voluntários comessem uma refeição enquanto jogavam paciência no computador, enquanto outras 22 pessoas comiam a mesma refeição no mesmo período de tempo, mas sem estar distraídos. Eles disseram aos participantes que se tratava de um teste sobre os efeitos da comida na memória, mas na verdade estavam analisando o índice de satisfação das pessoas após uma refeição, quanto elas comiam num "teste de gosto" 30 minutos depois e com que sucesso conseguiam se lembrar exatamente do que comeram. Os resultados foram publicados online no "American Journal of Clinical Nutrition".

As pessoas que comiam distraídas não apenas foram as piores em se lembrar do que tinham consumido, mas também se sentiram significativamente menos satisfeitas depois do almoço, mesmo depois que os pesquisadores controlaram fatores como peso e altura. Nas sessões de teste de gosto, meia hora depois, eles comeram cerca de duas vezes mais biscoitos do que os que tinham almoçado mais concentrados, sem jogar paciência.

"Se for possível evitar comer diante de uma tela de computador ou qualquer outra atividade que o distraia, isso pode moderar a tendência a lanchar mais tarde do dia", disse Jeffrey Brunstrom, principal autor do estudo.

Brunstrom, que é pesquisador de nutrição comportamental da Universidade de Bristol, na Inglaterra, disse que o problema reside em relembrar o que comemos.

"A memória desempenha um papel importante em regular o consumo de alimentos", ele disse, "e a distração durante a alimentação causa perturbações nesse sentido".


Uma equipe de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (Maryland), comprovou com sucesso um tratamento que bloqueia o chamado "hormônio da fome" e que, além de controlar o peso, pode ter outros benefícios metabólicos, informou nesta quinta-feira a revista "Science".

Brad Barnett e sua equipe do Departamento de Farmacologia e Ciências Moleculares criaram um composto que interfere na grelina, um hormônio produzido principalmente pelo estômago e que, entre outros efeitos nos mamíferos, é responsável pela sensação de fome.

"O aumento contínuo da proporção de indivíduos com excesso de peso na sociedade ocidental ao longo das últimas três décadas se vinculou a um aumento substancial da morbidade, e isto é um grave problema de saúde pública", informou o artigo.

Para enfrentar este problema "estão em andamento intensos esforços para esclarecer as interações de nutrientes e hormônios que contribuem para o aumento de peso", acrescentou.

Estudos anteriores estabeleceram que os níveis desse hormônio de origem natural no sangue são mais baixos imediatamente após a ingestão de comida e aumentam gradualmente durante o jejum.

Além disso, os cientistas determinaram que os níveis de grelina são mais altos nas pessoas magras em comparação com as que sofrem de obesidade.

Os pesquisadores da Universidade Johns Hopkins também sabiam que a grelina só age se for portadora de uma cadeia secundária de um octanoil específico, acrescentado por uma enzima denominada aciltransferasa-O-grelina (GOAT, pela sigla em inglês).

A equipe de Barnett criou, então, um composto de base péptida chamado GO-CoA-Tat, que inibe a GOAT, e o injetou em ratos que eram alimentados com alto conteúdo de gordura.

Depois, observaram as cobaias e comprovaram que o composto melhorava a tolerância à glicose e retardava o aumento de peso sem que reduzisse a quantidade de comida ingerida. De acordo com os pesquisadores, o resultado indica que o composto afeta o metabolismo, ao invés de diminuir o apetite.

O artigo informa que o tratamento requer repetidas injeções de GO-CoA-Tat, ou seja, é pouco provável que seja desenvolvido como um medicamento contra obesidade.

A importância do estudo determina que a GOAT é um resultado potencialmente valioso para o desenvolvimento de esforços futuros para um tratamento contra a obesidade.

Ficar exposto durante a noite a uma luminosidade persistente leva a um aumento do peso, inclusive sem comer mais ou fazer menos atividade física, revela um estudo realizado com camundongos nos Estados Unidos.

"Apesar de não haver nenhuma diferença no grau de atividade física ou na quantidade de comida consumida cotidianamente, os ratos que viveram com luz durante o ciclo noturno engordaram mais que os outros", observou Laura Fonken, pesquisadora de neurologia da Universidade de Ohio (norte), principal autora do estudo publicado na edição on-line dos Anais da Academia Nacional Americana de Ciências (PNAS).

Os pesquisadores constataram que os ratos submetidos a uma luz fraca durante a noite por oito semanas tinha, ao final desse período, um índice de massa corporal cerca de 50% superior que ao daqueles que viveram um ciclo noturno normal.

Dos ratos submetidos a uma luminosidade constante durante a noite, mas com acesso à comida somente durante as horas normais do dia, nenhum ganhou peso.

Os roedores que puderam comer no momento em queriam durante o ciclo de 24 horas de luz contínua ganharam muito mais peso, apesar de, no total, não terem ingerido mais comida que os animais de grupo de observação.

"Há algo na noite que, com a luz, faz com que os ratos comam em horas inadequadas, o que faz com que não metabolizem direito sua comida", explicou Randy Nelson, professor de neurologia e psicologia da Universidade de Ohio e co-autor do estudo.

"Se estas observações se confirmarem nos humanos, leva a pensar que comer tarde da noite pode representar um risco particular de obesidade", acrescentou o professor.

Ter uma noite de sono contínuo pode não parecer a melhor receita para perder peso, mas diversas pesquisas apontam a importância de ter um sono eficiente. Um novo estudo mostra que não dormir o suficiente pode comprometer severamente a capacidade das pessoas de perder gordura extra.

Pesquisadores descobriram que quando alguém em dieta tem uma noite de descanso completo, mais do que se duplica a quantidade de peso perdido das reservas de gordura. Pessoas cansadas também relataram sentir mais fome do que quando tinham tido uma boa noite de sono. Os resultados do estudo foram publicados no dia 4 de outubro no Annals of Internal Medicine.

"Dormir menos - comportamento onipresente na sociedade moderna - parece comprometer os esforços para a perda de gordura", disse Plamen Penev, professor-assistente de medicina na University of Chicago e coautor do estudo. Os participantes do estudo perderam cerca de 55% mais gordura quando o sono foi suficiente.

Para o estudo, 10 voluntários com excesso de peso (idades entre 35-49 anos e com um índice de massa corporal médio de 27,4 kg) iniciaram um plano alimentar personalizado, que reduziu calorias (para uma média de 1.450 por dia), mas mantiveram um estilo de vida sedentário. Durante duas semanas, os sujeitos relataram ter passado 8,5 horas por noite na cama (com um tempo médio de sono de cerca de 7 horas e 25 minutos), e, durante um segundo período de duas semanas, foram autorizados apenas a 5,5 horas por noite de sono (com um tempo médio de sono de 5 horas e 14 minutos).

Durante as duas sessões de estudo, os voluntários perderam cerca de 3 kg - quase metade da quantidade quando dormiam por mais tempo. O metabolismo é controlado em parte por hormônios, como a grelina, que estimula a fome e reduz o consumo de energia. Quando os sujeitos do estudo estavam dormindo menos de 6 horas, os níveis de grelina passaram de 75 nanogramas por litro para 84 ng/litro. Os níveis mantiveram-se estáveis quando os indivíduos tinham pleno descanso. Eles seguiram uma dieta rigidamente controlada mesmo com baixas calorias durante as duas fases do estudo e a diferença de peso e perda de gordura entre o sono adequado e poucas horas de sono poderia ser ainda mais acentuada.

Outra pesquisa também sugere que dormir o suficiente é crucial para ter uma boa saúde em longo prazo.

Uma pesquisa feita por cientistas dos Estados Unidos afirma que beber água antes das refeições ajuda as pessoas a perderem peso.

Cientistas do Estado americano da Virgínia afirmam que pessoas que estão em dieta podem perder cerca de 2kg a mais se elas beberem pelo menos dois ou três copos por dia antes das refeições.

A pesquisa foi apresentada em um congresso nacional da Sociedade Americana de Química, em Boston.

Todos os adultos que participaram da pesquisa tinham entre 55 e 75 anos de idade. A teoria dos cientistas foi testada em 48 adultos, divididos em dois grupos, ao longo de 12 semanas.

Ambos os grupos seguiram dietas de baixa caloria, mas um deles bebeu água antes das refeições.
Ao longo de 12 semanas, as pessoas que beberam água perderam cerca de 7kg, enquanto os demais perderam em média 5kg.

Um estudo anterior já havia mostrado que pessoas que bebem até dois copos de água antes de cada refeição ingerem de 75 a 90 calorias a menos.

Calorias
Uma das autoras da pesquisa, Brenda Davy, da universidade Virginia Tech, acredita que o fato de se encher o estômago com um líquido sem calorias antes das refeições faz com que menos calorias sejam consumidas.

"As pessoas deveriam beber mais água e menos bebidas adocicadas e com muita caloria. É uma forma simples de se facilitar o controle do peso", afirma Davy.

Segundo a cientista, bebidas dietéticas e com adoçantes artificiais também podem ajudar as pessoas a reduzir o consumo de calorias, ajudando a perder peso.

No entanto, ela disse que bebidas com muito açúcar precisam ser evitadas. Uma lata de refrigerante comum contém, em média, 10 colheres de chá de açúcar.

A pesquisa foi financiada pela entidade Institute for Public Health and Water Research, que realiza estudos sobre água e saúde pública.

Todo mundo está cansado de saber que beber água é essencial para nossa sobrevivência, visto que cerca de 75% do corpo humano é composto de água. Agora, um novo estudo da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, nos oferece mais uma razão - como se precisasse - para não nos esquecermos de tomar água durante todo o dia, mesmo que não sintamos sede: ela melhora o estado de alerta - o que é particularmente importante para aqueles que estudam ou trabalham à noite -, previne desmaios e promove a perda de peso.



Em um estudo dos efeitos da ingestão de água na pressão sanguínea, os pesquisadores observaram que a água sem aditivos podem ter efeitos fisiológicos inesperados, aumentando a atividade do sistema nervoso simpático, o que aumenta o estado de alerta, a pressão sanguínea - esta, de forma insignificante em pessoas saudáveis - e o gasto de energia.



De acordo com os pesquisadores, esse efeito no sistema nervoso, com o aumento do gasto de energia, pode promover a perda de peso. “Calculei que pode ser tanto quanto 2,3 kg por ano se você tomar três copos de 475 ml de água por dia”, disse o pesquisador David Robertson. “É interessante que a ativação do sistema simpático é suficiente para isso”, acrescentou o cientista


A suplementação da alimentação com as vitaminas C e E, selênio e coenzima Q10 pode ter efeitos benéficos para aqueles que têm problemas cardíacos ou fatores de risco cardiovascular, segundo estudo do Centro Médico Wolfson, em Israel. Publicados recentemente na revista Nutrition & Metabolism, os resultados indicaram que esses antioxidantes aumentam a elasticidade das artérias, melhorando a circulação sanguínea e reduzindo as chances de um evento cardiovascular agudo, como infartos e derrames.



No estudo, 70 pacientes com pressão alta foram separados em dois grupos - um recebeu, diariamente, cápsulas com os antioxidantes, enquanto o outro, tabletes sem efeitos terapêuticos por seis meses. E as análises indicaram que “a suplementação com antioxidantes aumentou significativamente a elasticidade das artérias pequenas e das grandes em pacientes com múltiplos fatores de risco cardiovasculares”. Além disso, os pacientes que receberam as vitaminas apresentaram melhor perfil de glicose e de colesterol, assim como uma redução na pressão sanguínea.



Entretanto, os pesquisadores destacam que mais estudos são necessários antes de se recomendar essa suplementação vitamínica como abordagem contra problemas cardiovasculares. Por enquanto, o ideal é que se mantenha uma dieta balanceada, bons níveis de atividades físicas e peso sob controle, além dos medicamentos recomendados por um especialista.


As mulheres que tomam dois copos de vinho, cerveja ou outro tipo de bebida alcoólica diariamente correm menos risco de engordar do que as abstêmias, revela um estudo publicado nesta segunda-feira.

Cientistas do hospital Brigham and Women de Boston (Massachusetts, nordeste dos Estados Unidos) ouviram 19.000 mulheres americanas sem problemas de sobrepeso, com idades de 39 anos ou mais, sobre a quantidade de bebidas consumidas diariamente e as monitoraram durante 13 anos.

Nesta pesquisa, o grupo maior, com 7.346 pessoas, era formado por mulheres que não consumiam bebidas alcoólicas em hipótese alguma, revelou o estudo divulgado nesta segunda-feira na publicação Archives of Internal Medicine.

O segundo grupo mais importante, com 6.312 mulheres (cerca de um terço do total), era formado por mulheres que tomavam cerca de um terço de copo de vinho, cerveja ou outra bebida alcoólica por dia, enquanto 20% tomavam um copo; 6%, dois; e 3%, mais de dois.

O copo de álcool considerado padrão nos Estados Unidos, seja uma taça de vinho (15 cl), um copo de cerveja (35 cl) ou uma doses de 43 ml de uma bebida com uma graduação alcoólica de 80, contém a mesma quantidade de álcool, 14 gramas.

No período de 13 anos estudado, as mulheres que não consumiam álcool foram as que mais engordaram, e as que tomavam o equivalente a dois copos diários foram as que mais próximas ficaram do peso ideal.

O vinho tinto se mostrou a bebida mais eficiente contra o sobrepeso, mas todos os tipos de álcool consumidos, inclusive o vinho branco, a cerveja ou os licores, mostraram a mesma "associação inversa entre consumo de álcool e o risco de sobrepeso ou obesidade", segundo o estudo.

Os autores do trabalho evitaram, no entanto, recomendar o consumo de álcool como maneira de lutar contra a obesidade, devido aos problemas médicos, psíquicos e sociológicos vinculados.

Uma pesquisa realizada na Grã-Bretanha afirma que algas marinhas podem ser usadas para combater a obesidade.

A equipe de cientistas da Universidade de Newcastle descobriu que os alginatos, uma fibra extraída das algas, ajudam o corpo a reduzir a absorção de gordura em até 75%. O índice é melhor do que a maioria dos tratamentos contra obesidade.

Os cientistas estão fazendo testes com a fibra adicionada a pão, para determinar o efeito que ela teria em uma dieta normal.

"Essa pesquisa sugere que se nós podemos adicionar fibras naturais a produtos usados diariamente, como pães, biscoitos e iogurtes, até três quartos da gordura contida em uma refeição podem passar diretamente pelo corpo", afirma Iain Brownlee, da equipe de pesquisadores de Newcastle.

"Nós já adicionamos o alginato ao pão e testes iniciais de gosto têm sido extremamente animadores."

Estômago artificial
Os cientistas usaram um "estômago artificial" para testar a eficácia dos 60 tipos diferentes de fibras naturais ao medir o quanto cada um afeta a digestão da gordura. O estômago artificial é um aparelho que replica as reações físicas e químicas do estômago humano.

As descobertas foram apresentadas na Sociedade Americana de Química, durante uma conferência em San Francisco, nos Estados Unidos.

"Há inúmeros relatos de curas milagrosas para se perder peso, mas apenas alguns poucos casos têm evidência científica sólida para amparar esses relatos."

Alginatos já são atualmente adicionados a alguns alimentos em pequenas quantidades, para aumentar a sua consistência.
Para o diretor do National Obesity Fórum (NOF), uma entidade britânica que reúne médicos e estudiosos, a descoberta é "interessante".

"A pesquisa parece interessante, mas nós só podemos começar a recomendar [as algas] se os cientistas conseguirem gerar boas provas após testes rigorosos."


A melhor forma de manter o peso após o emagrecimento, ao contrário do que se acreditava, é perder peso rapidamente nos estágios iniciais de tratamento contra a obesidade, e não gradualmente, segundo recente estudo da Universidade da Flórida, nos EUA.



A pesquisa incluiu 262 mulheres obesas de meia idade que participaram de um programa de emagrecimento que incluía o incentivo a comer menos calorias e a aumentar a intensidade dos exercícios, com o objetivo de perder 450 gramas por semana. E os resultados indicaram que aquelas que perderam cerca de 680g por semana no primeiro mês tinham maior probabilidade de manter o peso em longo prazo, comparadas àquelas que perderam menos peso.



De acordo com os autores, as mulheres com rápida perda de peso no primeiro mês eram cinco vezes mais propensas a manter 10% da perda de peso em 18 meses, contrariando as crenças de que uma perda gradual aumentaria as chances de sucesso no tratamento. Porém, mais estudos são necessários para confirmação dos resultados e para desvendar suas razões.


É notório que as mulheres tendem a ganhar peso depois do parto, mas agora um amplo estudo descobriu evidências de que, mesmo entre mulheres sem filhos, aquelas que vivem com um companheiro engordam mais do que as que vivem sozinhas. As diferenças, segundo os cientistas, foram absolutas.

Após ajustar outras variáveis, o ganho de peso em 10 anos, para uma mulher com 70 quilos, foi de 10 quilos se ela teve um filho e um parceiro, 7,5 quilos se ela teve um parceiro, mas não um filho, e apenas 5 quilos se ela viveu sozinha e não teve filhos. O número de mulheres com filho e sem parceiro era pequeno demais para gerar conclusões estatisticamente relevantes.

Não há motivo para acreditar que ter um companheiro causa alterações metabólicas, então o ganho de peso entre mulheres sem filhos vivendo com alguém foi praticamente causado por alterações comportamentais. Além disso, houve um estável aumento de peso entre todas as mulheres durante os 10 anos do estudo.

Isso não explica o ganho de peso - ainda maior - em mulheres que ficaram grávidas. A principal autora, Annete J. Dobson, professora de bioestatística na Universidade de Queensland, na Austrália, sugeriu que pode se dar pela ação de mudanças fisiológicas.

"O corpo da mulher pode se adaptar ao peso extra associado a ter um bebê", disse Dobson. "Pode existir um ajuste metabólico, que ocorre quando as mulheres estão grávidas e que é difícil de reverter. Isso seria mais consistente com nossas descobertas do que qualquer outra explicação".
O estudo cobriu mais de seis mil mulheres australianas por um período de 10 anos, terminado em 2006.

No início, as idades variavam entre 18 e 23 anos. Cada mulher respondeu periodicamente um questionário com mais de 300 perguntas sobre peso e altura, idade, escolaridade, atividades físicas, tabagismo, consumo de álcool, remédios usados e uma ampla gama de outras questões de saúde.

No final do estudo, publicado na edição de janeiro de The American Journal of Preventive Medicine, mais da metade das participantes tinha diploma universitário, cerca de três quartos tinham parceiros, e metade havia tido pelo menos um bebê. Praticamente todo o ganho de peso ocorreu com o primeiro filho; nascimentos subsequentes surtiram pouco efeito.

Também ao final do período do estudo, havia menos fumantes e bebedores de risco do que no início, mais mulheres que se exercitavam menos e uma proporção maior sem um emprego remunerado.

Porém, mesmo depois de ajustar para todos esses e outros fatores, as diferenças em ganho de peso entre mulheres com e sem filhos, e entre mulheres com e sem parceiros, continuou.

Apesar das limitações do estudo - o peso foi auto-relatado, por exemplo, e o tamanho da amostragem diminuiu com o tempo graças a desistências -, outros especialistas consideraram os resultados valiosos.

"O trabalho é interessante e revela alguns pontos importantes", disse Maureen A. Murtaugh, professora-associada de epidemiologia na Universidade de Utah que publicou muitos artigos sobre o ganho de peso em mulheres. Talvez, sugeriu ela, uma vida social mais ativa possa ajudar a explicar por que mulheres com parceiros ganham mais peso.

"Pense numa ida a um restaurante", disse Murtaugh. "Eles servem a mesma quantidade para mim e para um homem de 1,80m, embora eu tenha um 1,60m e seja 30 quilos mais leve".

O estudo incluiu apenas mulheres, mas os pesquisadores citaram um estudo anterior que acusou um aumento na obesidade entre homens com filhos, agregando ainda mais evidências de que fatores sociais e comportamentais fazem parte da explicação.

Dobson disse que a descoberta de ganho de peso entre todas as mulheres, com ou sem famílias, era preocupante.

"Essa é uma preocupação generalizada de saúde", disse ela. "Casar ou morar com um parceiro e ter um bebê são acontecimentos que desencadeiam um ganho de peso ainda maior".

"Do ponto de vista da prevenção, podemos considerar que esses são momentos em que as mulheres devem ser especialmente cuidadosas".

A premissa que a fome nos faz procurar por comida mais avidamente é lugar comum. Basta perguntar a qualquer pessoa que esteja com o estômago vazio em pé ao lado de um balcão de padaria esperando seu pedido ser atendido.

Pesquisas anteriores indicavam que o chamado “hormônio da fome”, a grelina, produzido quando o corpo está faminto, é o gatilho para esse comportamento. Entretanto, uma nova pesquisa com modelos animais do Centro Médico da Universidade do Texas sugere que a grelina também pode agir no cérebro de algumas pessoas fazendo com que o prazer de comer continue, mesmo que o estômago esteja cheio.

“Conseguimos demonstrar que pode haver algumas situações onde somos impulsionados a procurar e comer uma grande quantidade de comida”, diz Jeffrey Zigman, co-autor do estudo publicado no periódico Biological Psychiatry.

Pesquisadores já haviam associado o aumento dos níveis de grelina à intensificação do sentimento de prazer, em níveis similares aos sentidos por dependentes de cocaína e álcool. Zigman e sua equipe especulam que a grelina também pode intensificar determinados aspectos da sensação recompensadora da alimentação. Esse “sentimento recompensador”, explica o pesquisador, pode ser definido como algo que nos faz sentir bem após determinadas ações (entre elas, comer).

“É um sentimento ligado ao prazer sensorial e que nos motiva a continuar querendo cada vez mais algo, seja um objeto, um filme ou um alimento”, diz Zigman. “Esse tipo de sentimento nos ajuda a reorganizar nossas memórias, para que lembremos como repetir uma ação, por exemplo.”

Mario Perello, principal autor do estudo, diz que a ideia era determinar porque algumas pessoas que estão satisfeitas após um longo almoço continuam comendo ou desejando uma sobremesa altamente calórica.


Alternar uma dieta com comportamento alimentar compulsivo mostrou ser uma forma perigosa de ciclo vicioso que pode estressar o cérebro e causar ansiedade e sintomas similares à síndrome de abstinência.

“Nesse período inicial da dieta, a alternância entre esses alimentos mais calóricos – mas com esse atrativo de sabor bem mais acentuado, como doces – e comidas mais saudáveis – mas talvez com menos intensidade de sabor – pode levar a um comportamento compulsivo eventual, especialmente por doces”, diz Eric Zorrilla do Instituro de Pesquisa Neurológica Harold Dorris, EUA. “Assim como no vício do álcool ou de drogas, o sistema de estresse do cérebro é ativado em cada mudança drástica”, explica o pesquisador, que realizou seus estudos com modelos animais.

“O estudo mostrou que esse tipo de padrão de alimentação leva a um círculo vicioso. Ter um ‘dia livre’ em período de dieta pode ser perigoso. Quanto mais você fizer essas alternâncias, mais você pode entrar novamente no ciclo, estressando o cérebro”, completa Pietro Cottone, outro autor do estudo e pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de Boston.

Estresse e períodos de dieta

O estudo foi feito com dois grupos de roedores, ambos sem restrição na quantidade de alimentos. Um deles era alimentado com 5 dias de dieta balanceada e 2 dias de dieta rica em açúcares. O segundo foi alimentado com uma dieta regular. O que foi observado então foi o comportamento desses animais.

No grupo alimentado com alternância da dieta, os indivíduos que tinham acesso a alimentos balanceados – a primeira fase – buscavam menos a comida, comiam regularmente e evitavam situações que envolvessem provocações com outros roedores – o que significa menos ansiedade, abaixo do nível normal.

Quando a dieta era trocada pelos alimentos ricos em açúcar a ansiedade aumentava e eles comiam mais que o necessário, demonstrando comportamentos compulsivos e de agressividade alta, similares aos observados em roedores durante a síndrome de abstinência, relatados em outros estudos.

No grupo sem alternância – usado como parâmetro de controle – não houve nenhum desses efeitos. Além disso foi medido os níveis de alguns hormônios ligados ao estresse, confirmando as variações de humor do primeiro grupo observado.

“É comum ouvirmos pessoas falando que não conseguem seguir uma dieta porque estão estressadas”, diz Dorris. “Mas o estudo mostra que essa alternância é que pode estar causando o estresse, ou seja, aquele pedaço de bolo durante um período de dieta pode estar ativando justamente o sistema de estresse do cérebro ou contribuindo para que outros gatilhos o ativem”, finaliza.

Esse dispositivo desligava a TV quando se atingia 50% do tempo médio de exposição semanal dos voluntários do estudo e foi capaz de incrementar o gasto calórico diário em 120 calorias quando comparado àqueles que não usaram esse sistema. Além disso, os participantes que usaram o dispositivo gastaram 244 calorias a mais do que consumiram no dia. Em contraste, o grupo de voluntários que não teve limitação do uso da TV consumiu 57 calorias a mais do que gastou no dia.

Estratégias que limitam o tempo diário em frente ao vídeo podem liberar tempo para atividades ativas como o exercício físico, e também podem favorecer com que as pessoas tenham o número de horas de sono que precisam. Já é bem reconhecido que tanto a falta de atividade física como a privação de sono estão associados ao risco de obesidade. O presente estudo reforça o conceito de que pequenas mudanças nos hábitos de vida podem ser suficientes para que se gaste mais calorias por dia. Essas calorias a mais podem fazer muita diferença na contenção do crescente ganho de peso da população.

Os adultos chegam a ficar uma média diária de cinco horas em frente à TV em países como os Estados Unidos, e pesquisas recentes, incluindo o Brasil, têm mostrado que a tela do computador já concorre fortemente com o tempo que o adulto gasta com a TV. Vale lembrar que esse novo concorrente também é um comportamento sedentário.

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