quarta-feira, 30 de março de 2011

Comer Devagar

A afirmação

Para diminuir a quantidade de calorias ingerida, coma devagar.

Os fatos

As mães sempre pedem aos filhos na mesa de jantar que tenham calma e mastiguem bem a comida. Aparentemente, elas têm um motivo para isso.

Pesquisadores descobriram evidências, ao longo dos anos, que quando as pessoas devoram os alimentos acabam consumindo mais calorias do que quando se alimentam num ritmo mais lento. Um motivo é o efeito da ingestão mais rápida sobre hormônios.

Num estudo publicado no mês passado, cientistas descobriram que quando um grupo de participantes recebia uma porção idêntica de sorvete em diferentes ocasiões, eles liberavam mais hormônios que davam a sensação de saciedade quando tomavam o sorvete em 30 minutos, em vez de 15. Os cientistas coletaram amostras de sangue e mediram a insulina e os hormônios do trato intestinal antes, durante e depois do sorvete. Eles descobriram que dois hormônios que sinalizam a sensação de saciedade, ou de “estar cheio” mostraram uma resposta mais pronunciada quando os participantes tomaram o sorvete mais devagar.

A sensação de saciedade leva a comer menos, como sugeriu outro estudo publicado no The Journal of the American Dietetic Association em 2008. Nesse estudo, os participantes relataram maior saciedade e consumiram aproximadamente 10% menos calorias quando comeram devagar, em comparação a quando simplesmente “engoliram” os alimentos. Em outro estudo, com 3 mil participantes, publicado no The British Medical Journal, as pessoas que informaram comer rapidamente e comer até se sentirem “cheias” tiveram risco três vezes maior de estarem acima do peso em comparação a outras pessoas.

Em outras palavras, os especialistas afirmam que diminuir o ritmo e saborear mais os alimentos é bom e não dói.

Conclusão

Comer mais devagar pode aumentar a sensação de saciedade, reduzindo a ingestão de calorias.

Comer rapidamente pode inibir hormônios da saciedade, e induzir a comer em excesso, diz um estudo publicado no periódico científico The Endocrine Society’s Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism (JCEM). Diversos estudos já demonstraram como esses hormônios secretados pelo cérebro indicam o momento de finalizar uma refeição, mas até agora não havia estudos que focassem o ritmo alimentar das pessoas.

“A maioria de nós já ouviu falar que comer rápido leva ao consumo alimentar excessivo e à obesidade e agora essa pesquisa demonstrou cientificamente essa ideia”, afirma Alexander Kokkinos, pesquisador da Universidade de Kapodistrian, na Grécia. “Nosso estudo mostra claramente que a velocidade com que se come impacta na capacidade cerebral de liberar esses hormônios que fazem com que as pessoas finalizem uma refeição.”

No estudo os pesquisadores observaram que pessoas que levavam quase meia hora para fazer uma refeição mostravam uma dose muito mais alta de concentração de hormônios de saciedade – e portanto se sentiam mais “cheias” – do que pessoas que comiam mais rapidamente.

“Nossas descobertas trazem mais informações para entender como o consumo exagerado de alimentos, causado por uma vida corrida por conta do ritimo de trabalho diário pode levar à obesidade. O conhecimento popular que alerta que ‘engolir’ a comida sem mastigar direito pode realmente ter uma explicação fisiológica”, diz Kokkinos.

Diminuir o ritmo das refeições, mastigando mais cada porção e aumentar o tempo para sair da mesa pode levar a um menor consumo alimentar e ajudar a controlar a quantidade de calorias ingeridas, auxiliando no controle do peso e evitando a obesidade a longo prazo.

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